Tempo
|
A+ / A-

João Rendeiro diz que não vai voltar a Portugal

14 dez, 2021 - 12:39 • Filipe d'Avillez

Na quarta-feira o juiz deve avaliar o pedido de libertação sob fiança do português.

A+ / A-

O ex-banqueiro João Rendeiro diz que não vai voltar a Portugal.

Numa curta declaração à CMTV, no tribunal de Verulam, onde iria ser ouvido esta terça-feira, Rendeiro rejeitou a ideia de regressar ao seu país, onde tem de cumprir pena efetiva de prisão.

Fica assim, aparentemente, posta de parte a ideia de que a equipa de defesa de Rendeiro poderia colaborar com um eventual processo de extradição, que o Ministério Público em português deve pedir à África do Sul. A alternativa poderá ser cumprir a sua pena naquele país.

Rendeiro compareceu esta terça-feira em tribunal pelo segundo dia consecutivo, mas a audiência foi novamente adiada, devendo ter lugar na quarta-feira.

Num primeiro momento o juiz sul-africano deve decidir sobre a validade da detenção do português e depois sobre as medidas de coação a que este deve ficar sujeito, caso a detenção seja considerada válida, como se espera.

A defesa de Rendeiro já disse que vai pedir a sua libertação sob fiança, medida a que o Ministério Público sul-africano naturalmente se opõe.

Só mais tarde é que poderá vir a ser analisado um pedido de extradição, processo que é passível de recurso e que por isso poderá levar várias semanas ou até meses a ficar resolvido.

João Rendeiro mostrou esta terça-feira que não tenciona regressar a Portugal, mas caso o ex-banqueiro seja extraditado, será para entrar diretamente na cadeia, porque já se tornou definitiva uma das três penas de prisão a que foi condenado. Neste caso, uma pena de cinco anos e oito meses por crimes de falsidade informática e falsificação de documentos, relacionados com adulteração da contabilidade do BPP em mais de 30 milhões de euros e ocultação ao Banco de Portugal.

Há depois outras duas condenações a que já foi sujeito, uma de três anos e seis meses de prisão por crimes de burla qualificada e outra de 10 anos por fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais, mas estes dois últimos processos ainda estão em recurso.

O ex-presidente do extinto Banco Privado Português foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • ANTONIO GONCALVES FE
    14 dez, 2021 Queijas 14:22
    Heróis de meia tigela oxalá a justiça seja feita, Deus não dorme. por vezes dá oportunidade de redenção.

Destaques V+