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Pandemia

Cansaço, dificuldade respiratória, dores. "Covid longa" afeta metade dos recuperados

13 out, 2021 - 21:32 • Lusa

Investigadores da universidade norte-americana Penn State College of Medicine dizem que estes resultados recomendam que governos, organizações e profissionais de saúde pública se prepararem para o grande número de recuperados de Covid-19 que “precisarão de cuidados para uma variedade de sintomas psicológicos e físicos”.

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Cerca de metade dos mais de 236 milhões de pessoas que foram infetadas em todo o mundo pelo coronavírus SARS-CoV-2 apresentarão sintomas persistentes pós-Covid seis meses depois a infeção, sugere um estudo divulgado esta quarta-feira.

Segundo os investigadores da universidade norte-americana Penn State College of Medicine, estes resultados recomendam que os governos, as organizações e os profissionais de saúde pública se prepararem para o grande número de recuperados de Covid-19 que “precisarão de cuidados para uma variedade de sintomas psicológicos e físicos”.

Muitos doentes que tiveram Covid-19 apresentam sintomas como cansaço, dificuldade em respirar, dor no peito, dores nas articulações e perda do paladar ou do olfato que perduram mesmo após a recuperação da doença, uma condição conhecida por “Covid longa”.

O estudo agora divulgado analisou dados de vários países sobre pessoas não vacinadas e que recuperaram da doença, concluindo que adultos e crianças “podem ficar sujeitos a vários problemas de saúde por seis meses ou mais após a recuperação da Covid-19”, adianta a instituição em comunicado.

Os especialistas efetuaram uma revisão sistemática de 57 relatórios que incluíram dados de 250.351 adultos não vacinados e de crianças com diagnóstico de Covid-19 de dezembro de 2019 a março de 2021.

Deste grupo de pessoas, com uma idade média de 54 anos, 79% foram hospitalizadas e eram residentes em países de elevado rendimento, tendo sido avaliadas durante três intervalos de tempo - um mês (curto prazo), dois a cinco meses (intermédio) e seis ou mais meses (longo prazo).

De acordo com os resultados, no geral, uma em cada duas pessoas apresentou manifestações de “Covid longa” a longo prazo.

Segundo o estudo, mais da metade dos doentes relataram perda de peso, fadiga, febre ou dor, cerca de um em cada cinco sofreu uma diminuição da mobilidade e quase um em cada quatro teve dificuldade de concentração.

Entre outros sintomas recorrentes como dor no peito e palpitações, seis em cada dez recuperados apresentaram anormalidades em exames de imagiologia ao tórax e mais de um quarto relatou dificuldade em respirar.

"Essas descobertas confirmam o que muitos profissionais de saúde e sobreviventes da Covid-19 têm afirmado, que os efeitos adversos podem perdurar", salientou o investigador Vernon Chinchilli, presidente do Departamento de Ciências da Saúde Pública norte-americano.

“Este estudo não foi desenhado para confirmar a Covid-19 como a única causa desses sintomas. É plausível que os sintomas relatados pelos doentes em alguns dos estudos analisados se devam a outras causas", admitiu Paddy Ssentongo, professor assistente do Penn State Center for Neural Engineering.

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