Tempo
|
A+ / A-

EMA recomenda vacina contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos

25 nov, 2021 - 11:53 • Marta Grosso

A decisão do regulador europeu já era esperada para esta quinta-feira e diz respeito à vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer.

A+ / A-

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomenda a aprovação da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Pfizer/BioNTech para crianças entre os 5 e os 11 anos.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira de manhã.


Para esta faixa etária, a dosagem de cada vacina é um terço da administrada aos adultos e aos jovens com 12 ou mais anos. Tal como nas restantes idades, as crianças entre os 5 e os 11 anos, deverão tomar duas doses para se obter melhores resultados face à doença.

“A eficácia da Comirnaty [nome da vacina da Pfizer] foi calculada em quase 2.000 crianças dos 5 aos 11 anos de idade que não apresentavam sinais de infeção anterior. Essas crianças receberam a vacina ou um placebo (injeção simulada). Das 1.305 crianças que receberam a vacina, três desenvolveram Covid-19 em comparação com 16 das 663 crianças que receberam placebo”, indica o regulador europeu no comunicado.

“Tal significa que, neste estudo, a vacina foi 90,7% eficaz na prevenção de Covid-19 sintomático (embora a verdadeira taxa pudesse estar entre 67,7% e 98,3%)”, acrescenta.

Efeitos secundários verificados

Os efeitos secundários mais frequentes, verificados no estudo realizado, foram semelhantes aos registados em jovens com 12 ou mais anos: dor no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, vermelhidão e inchaço no local da injeção, dores musculares e calafrios.

“Estes efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoram alguns dias após a vacinação”, indica a EMA, concluindo que “os benefícios da Comirnaty em crianças de 5 a 11 anos superam os riscos, particularmente naquelas com condições que aumentam o risco de Covid-19 grave”.

A agência garante ainda que “a segurança e eficácia da vacina em crianças e adultos continuarão a ser monitorizadas de perto”, através do sistema de farmacovigilância da União Europeia “e em estudos em curso e adicionais conduzidos pela empresa e pelas autoridades europeias”.

Na quarta-feira, a diretora-geral da Saúde disse que “ficaria muito satisfeita se pudesse anunciar a vacinação para crianças”. Graça Freitas lembrou, contudo, que para que tal aconteça, é preciso esperar duas fases de aprovação.

"Sou fortemente a favor da vacinação”, mas “para ser fortemente a favor e para a poder recomendar à população, tenho de ter total confiança e por isso é que tenho uma Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid, constituída pelos melhores especialistas no país, que me aconselha”, afirmou numa conferência de imprensa.

Decisão pouco pacífica entre os pais

Dar a vacina contra a Covid-19 aos menores de 12 anos é uma decisão que pouco pacífica entre muitos pais.

Nesta quinta-feira de manhã, a Renascença ouviu algumas opiniões junto a uma escola de Lisboa, sendo notórias as dúvidas que persistem.

OuvirPausa
"Ainda estou um pouco reticente", “Para já, vou evitar”, mas também “Quero que os meus filhos sejam vacinados” são algumas opiniões ouvidas

Da parte da Confederação das Associações de Pais (CONFAP), Jorge Ascensão admite, em entrevista à Renascença, o receio existente.

"Naturalmente, esta é uma decisão individual e não me admira nada que muitos pais continuem com sérias dúvidas", concorda.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+