13 nov, 2021 - 22:50 • Lusa
O representante europeu na cimeira do clima da ONU (COP26) saudou o acordo atingido este sábado em Glasgow como "muito bom" apesar das cedências de última hora, afirmando que "em política, o perfeito é inimigo do bom".
Em declarações aos jornalistas à saída do plenário final da cimeira, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, afirmou que a comunidade internacional pode estar satisfeita com o compromisso conseguido e que se pode dizer que em termos de aquecimento global até fim do século, se sai da COP26 com "uma oportunidade de ficar bem abaixo dos dois graus e ainda com uma hipótese de ficar em 1,5 graus".
"Tivemos que concordar com isto. Se tivéssemos dito que não, poderíamos não ter acordo nenhum", afirmou, referindo-se à emenda de última hora que a Índia, apoiada por outros países, forçou na versão final da declaração que sai de Glasgow, que troca "acabar" por "reduzir" no parágrafo sobre o uso de carvão para produção de energia. .
Timmermans argumentou que se se tivesse insistido em recusar a alteração, "isso seria tão inaceitável [para os países que apoiavam a emenda] que teriam feito cair o acordo inteiro e aí teríamos perdido uma oportunidade".
"Obviamente, estou desapontado, mas também temos que nos lembrar que há um par de meses, ninguém queria falar de carvão. Claro que as pessoas estão a apontar que isto é menos do que tínhamos na versão anterior, mas é muito mais do que alguma vez tivemos", declarou.