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Migrações. Polónia põe mais 10 mil militares junto à Bielorrússia

26 out, 2021 - 08:46 • Lusa

O anúncio chega depois de vários incidentes ao longo da fronteira com a ex-república soviética, com grandes grupos de migrantes a tentar derrubar a vedação de arame farpado.

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A Polónia vai aumentar para 10 mil o número de soldados destacados na fronteira com a Bielorrússia para reforçar o patrulhamento e travar a entrada de imigrantes irregulares, anunciou o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, nesta terça-feira.

Através da rede social Twitter, o ministro anunciou um reforço adicional de 2.500 soldados para apoiar a guarda costeira polaca na fronteira com a Bielorrússia.

“Em breve, cerca de 10 mil soldados estarão a proteger a fronteira”, referiu Mariusz Blaszczak, numa altura em que já estão destacados na zona cerca de sete mil operacionais.


O anúncio de Varsóvia surge após a ocorrência de vários incidentes ao longo da fronteira com a ex-república soviética, com grandes grupos de migrantes a tentarem derrubar uma vedação de arame farpado que foi recentemente erguida pelas autoridades polacas.

Desde o verão passado, milhares de migrantes, grande parte oriundos do Médio Oriente, mas também alguns procedentes do continente africano, têm tentado entrar, através da Bielorrússia, na Polónia e nos países bálticos Lituânia e Letónia, todos Estados-membros da União Europeia (UE).

As fronteiras destes três países fazem parte das fronteiras externas da UE, que tem acusado o regime bielorrusso de orquestrar este fluxo migratório, em retaliação às sanções económicas impostas pelo bloco comunitário ao regime de Minsk, nomeadamente por causa do desvio de um avião civil, em maio passado, e da detenção de um opositor que estava a bordo desse aparelho.

Incidentes constantes junto à UE

Nos últimos meses, vários migrantes já morreram ao tentar cruzar estas fronteiras externas da UE e dois novos incidentes foram relatados durante o fim de semana passado pela guarda fronteiriça polaca.

No domingo, dois militares foram hospitalizados depois de cerca de 60 migrantes terem tentado forçar a entrada no território polaco, com o arremesso de paus e de pedras contra as forças de segurança.

Um incidente de contornos similares, envolvendo um grupo de 70 migrantes, também ocorreu no sábado.

Em setembro, a Polónia decretou o estado de emergência na fronteira com a Bielorrússia, por temer as consequências deste fluxo migratório.

Organizações não-governamentais (ONG) criticaram então a medida do executivo polaco, argumentando que esta impedia as organizações humanitárias de fornecerem ajuda aos migrantes e negava o acesso à zona a todas as pessoas não-residentes, incluindo jornalistas.

Varsóvia deu, entretanto, outro passo para tentar travar a pressão migratória e anunciou que está a preparar a construção de um muro fronteiriço, projeto estimado em 353 milhões de euros e que também vai incluir a instalação de detetores de movimento.

No domingo, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, considerou que “é legítimo” querer proteger as fronteiras externas da UE, comentando, em declarações ao diário alemão “Bild”, a necessidade de ser construído um muro na zona fronteiriça polaca.

Comentários
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  • Digo eu
    26 out, 2021 E estou-me nas tintas que não concordem 10:14
    A situação é lamentável, mas o primeiro dever dos Países da UE é para com os seus povos. Não há qualquer capacidade para, de repente, receber na UE toda a gente que lá quer entrar, seja para terem uma vida melhor, seja para escaparem a guerras, seja simplesmente para viver à conta da Europa Social - a Europa ainda é um dos melhores sítios para viver à conta do Social, e isso atrai muita gente ... O melhor seria criar nesses Países, condições para os naturais lá ficarem. Se não for possível, então rever as quotas de imigração até onde for possível. Mas para tentativas maciças de entrada à força, então deve responder-se com a Força, por muito que doa a ONGs e corações de pomba

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