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Ataques em Moçambique. Grupos armados estão a ficar "fora de combate”

20 out, 2021 - 11:30 • Lusa

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

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A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, considerou que os grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado “estão a ser postos fora de combate”, saudando a presença de militares estrangeiros.

“Graças à coragem, ao cometimento e à visão do Presidente Filipe Jacinto Nyusi, os terroristas estão a ser postos fora de combate e a situação de segurança tende a melhorar de forma progressiva”, afirmou o chefe da bancada da Frelimo na Assembleia da República, Sérgio Pantie.

Pantie falava no discurso inaugural da IV sessão ordinária da IX legislatura da Assembleia da República, que arrancou hoje.

O líder da bancada do partido no poder saudou as Forças de Defesa e Segurança (FDS), a missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o contingente militar do Ruanda pela restauração gradual da segurança em Cabo Delgado.

“Contrariamente a algumas vozes da nossa política e da sociedade civil, insensíveis à dor e ao sofrimento do nosso povo, a bancada parlamentar da Frelimo saúda, encoraja e revê-se na decisão do Governo de Moçambique de acolher a vinda das tropas da SADC e do Ruanda, numa altura em que as ações dos terroristas estavam a recrudescer contra as populações indefesas”, declarou.

Sérgio Pantie felicitou a SADC por ter decidido alargar a sua missão militar em Cabo Delgado, assinalando que a ação dos grupos armados ainda não está totalmente neutralizada.

“Temos noção de que ainda não é o momento para cantar vitória, mas temos a certeza de que a vitória contra os bandidos e terroristas é certa”, enfatizou Pantie.

Apesar da melhoria da segurança em Cabo Delgado, prosseguiu, a população vítima da violência armada continua a precisar de assistência humanitária, devido à barbaridade e sofrimento a que foi sujeita em mais de quatro anos de atuação dos grupos armados.

“Juntemos aquilo que pudermos, quer individualmente, quer coletivamente, através das confissões religiosas e outras organizações. Juntos fazemos a diferença e somos mais fortes”, realçou o chefe da bancada parlamentar da Frelimo.

Pantie apelou aos jovens atraídos pelos grupos armados para voltarem à vida normal, abandonando o caminho da violência.

“O povo moçambicano espera que aproveitem esta oportunidade para se regenerarem. Agarrem-se à clemência que o povo moçambicano está a conceder-vos”, afirmou Pantie.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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