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Milionário Robert Durst condenado a prisão perpétua por assassinato

15 out, 2021 - 12:46 • Marta Grosso com Reuters

O julgamento só se realizou seis anos depois de uma aparente confissão num documentário da HBO. Juiz não deixou margem para recurso.

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O herdeiro imobiliário Robert Durst foi condenado a prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, pelo assassinato da sua melhor amiga, Susan Berman, em 2000.

A sentença foi proferida na quinta-feira por um juiz da Califórnia.

Robert Durst tem 78 anos e tem uma saúde debilitada. Compareceu em tribunal com um ar abatido e numa cadeira de rodas, barba por fazer e vestido com um uniforme da prisão do condado de Los Angeles.

A aparência contraria o confiante e robusto milionário que, numa série documental de 2015, aparecia a desafiar cineastas confessou, inadvertidamente, um assassinato.

Neto do homem que fundou uma das principais empresas imobiliárias de Nova Iorque, Durst foi, durante muito tempo, suspeito do desaparecimento da mulher, Kathleen McCormack, em 1982. Mas nunca foi acusado.

De cúmplice a vítima

Na audiência na Califórnia estiveram também os familiares de Susan Berman, que imploraram a Robert Durst para revelar onde escondeu o corpo da esposa.

"Ele deve nos informar onde está o corpo de Kathie para que sua família possa encerrar", disse David Berman, primo de Susan.

Ao mesmo tempo, os familiares de Susan Berman expressaram remorsos em seu nome, pois as evidências do julgamento apontam que a amiga do milionário o ajudou no falso álibi para o desaparecimento de McCormack.

E a acusação (equivalente ao Ministério Público) alegou que Durst matou Berman, porque temia que ela finalmente revelasse o que sabia às autoridades.

No mês passado, um júri considerou Durst culpado de matar Berman, de 55 anos, com um tiro na nuca, na sua casa em Beverly Hills. O júri também o considerou culpado de matar uma testemunha.

Por tudo isto, sentenciaram-no a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

“Evidências esmagadoras”

O juiz do Tribunal Superior Mark Windham, que pronunciou a sentença, negou um pedido de defesa para um novo julgamento, dizendo que havia "evidências esmagadoras de culpa" que foram provadas várias vezes.

O julgamento realizou-se seis anos depois da aparente confissão no documentário "The Jinx", da HBO, no qual Robert Durst, numa ida à casa de banho ainda com o microfone ligado depois de uma entrevista, disse a si mesmo: “O que foi que eu fiz? Matei-os a todos eles, claro!”

Todos quem?

Robert Durst só foi julgado por matar Susan Berman, mas o Ministério Público argumenta que o multimilionário assassinou três pessoas: a sua mulher desaparecida, a amiga Susan e um vizinho no Texas que descobriu sua identidade quando andava fugido das autoridades.

Durst foi absolvido este último caso, apesar de ter admitido que desmembrou o corpo da vítima.

Do lado da família da mulher, os McCormack pediram ao Ministério Público do condado de Westchester, Nova Iorque, que processassem Robert Durst pelo seu assassinato.

A promotora distrital do condado de Westchester, Mimi Rocah, reabriu o caso em maio, logo após assumir o cargo, mas o seu gabinete não quis fazer comentários.

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