12 out, 2021 - 17:57 • Redação
A estratégia de combate do governo britânico à Covid-19, no início da pandemia, foi um dos piores falhanços em saúde pública de sempre no Reino Unido, aponta um relatório elaborado por representantes da Câmara dos Comuns, que foi divulgado esta terça-feira. Foram cometidos “erros monumentais”, lê-se no documento de 150 páginas.
Em março do ano passado, o executivo liderado por Boris Johnson, em vez de seguir o exemplo de outros países, que entraram em confinamento, de forma a conter a disseminação do novo coronavírus, optou por tentar manter serviços abertos e tentar alcançar uma imunidade coletiva.
A resistência em colocar o país em confinamento terá custado a vida a milhares de cidadãos britânicos, denuncia o relatório.
“Foi uma política errada e que levou a um número inicial de mortes mais alto do que teria resultado de uma política inicial mais enfática. Numa pandemia que se espalhou rápida e exponencialmente, todas as semanas contam", lê-se.
O mesmo relatório aponta também problemas graves na testagem: apesar de o Reino Unido ter sido um dos primeiros países do mundo a desenvolver um teste para a Covid-19, em janeiro de 2020, não aproveitou esse avanço.
Em março de 2020, os testes chegaram mesmo a parar. E foi só em maio que o sistema NHS Test and Trace foi lançado. O relatório classifica este início como "lento, incerto e frequentemente caótico".
Numa dimensão social, o relatório destaca também taxas de mortalidade "inaceitavelmente altas" em grupos étnicos minoritários e entre "pessoas com dificuldades de aprendizagem e autismo".
No último ano e meio, cerca de 150 mil cidadãos do Reino Unido perderam a vida devido à Covid-19. Ao nível mundial, mais de cinco milhões já perderam a vida.