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Estudo

Poluição contribuiu para o nascimento de seis milhões de bebés prematuros em 2019

28 set, 2021 - 19:34 • Lusa

Estudo das universidades de Washington e São Francisco analisou vários indicadores relacionados com o impacto da poluição na gravidez e concluiu que a incidência mundial bebés prematuros poderia diminuir em quase 78% se a poluição do ar fosse reduzida, sobretudo no Sudeste Asiático e na África Subsaariana.

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A poluição atmosférica terá contribuído para quase seis milhões de nascimentos prematuros e quase três milhões de bebés com peso a menos no mundo em 2019, indica um estudo de duas universidades dos Estados Unidos divulgado esta segunda-feira.

O estudo, publicado na revista científica PLOS Medicine, foi feito pelas universidades de S. Francisco e de Washington, que quantificaram os efeitos da poluição dentro de casa e ao ar livre, em todos os continentes.

Tratou-se, dizem os autores, da análise mais aprofundada sobre como é que a poluição do ar afeta vários indicadores-chave relacionados com a gravidez, como a idade gestacional à nascença, redução de peso à nascença ou o nascimento prematuro.

E foi também o primeiro estudo a incluir os efeitos da poluição do ar em recintos fechados, na maior parte dos casos provocada por fogões de cozinha, responsáveis por dois terços dos efeitos medidos.

“A carga atribuível à poluição do ar é enorme, mas com esforço suficiente podia ser largamente mitigada”, disse o autor principal do estudo, Rakesh Ghosh, especialista em prevenção e saúde pública na Universidade de São Francisco.

Segundo o estudo, a incidência mundial de nascimentos prematuros e baixo peso à nascença poderia diminuir em quase 78% se a poluição do ar fosse reduzida no Sudeste Asiático e na África Subsaariana, onde a poluição interior é comum e onde os nascimentos prematuros são os mais elevados no mundo.

Nas regiões mais desenvolvidas do mundo também foram encontrados riscos significativos provocados pela poluição atmosférica. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que a poluição do ar exterior tenha contribuído para quase 12.000 nascimentos prematuros em 2019.

"Com estas novas, globais e mais rigorosas provas, a poluição atmosférica deve agora ser considerada um importante fator de morbilidade e mortalidade infantil, e não apenas de doenças crónicas de adultos", disse Rakesh Ghosh, citado no documento.

O nascimento prematuro é a principal causa de morte neonatal a nível mundial, afetando mais de 15 milhões de recém-nascidos por ano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 90% da população mundial vive em ar poluído no exterior, e que metade da população também está exposta à poluição interior, devido à queima de produtos como carvão ou madeira.

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