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Holanda

Político suspeito de querer matar o primeiro-ministro

28 set, 2021 - 16:36 • Filipe d'Avillez

Arnoud van Doorn era um militante de extrema-direita, mas surpreendeu o país, em 2013, ao converter-se ao islão e “virar as costas” à sua vida antiga.

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O político holandês Arnoud van Doorn foi detido, na Haia, por suspeita de planear o assassinato do primeiro-ministro Mark Rutte.

A notícia da detenção apenas foi divulgada esta terça-feira, mas terá acontecido antes, uma vez que os advogados de Doorn referem, em declarações citadas pela imprensa holandesa, que ele esteve detido durante 30 horas antes de ser libertado, após interrogatório.

A polícia agiu sob suspeitas depois de ter observado Van Doorn a manifestar “comportamentos suspeitos enquanto aparentava seguir o primeiro-ministro pelas ruas da Haia e surge numa altura em que as autoridades decidiram aumentar as medidas de segurança em torno do primeiro-ministro, uma vez que foram detetados vigias que se pensem estar ligados a redes criminosas a observá-lo ao longo das últimas semanas.

Um porta-voz da polícia diz que o político é suspeito de ter tentado obter informação para uma eventual tentativa de homicídio.

A Holanda está a recuperar ainda do choque do assassinato de um jornalista, alegadamente por membros de uma rede criminosa, o que tem gerado muita discussão sobre o papel e a influência destes grupos na sociedade.

Arnoud van Doorn é uma figura controversa na Holanda. Durante vários anos militou no Partido da Liberdade, de Geert Wilders, da extrema-direita, mas surpreendeu o país e os seus próprios colegas de partido em 2013 quando anunciou que se tinha convertido ao islão e virado as costas à sua antiga vida.

Juntou-se então ao partido Islão Democrata antes de fundar o Partido da Unidade da Haia, a que preside atualmente. No seu passado recente tem ainda condenações por divulgar documentos secretos e por posse de arma ilegal e venda de droga a menores.

Em comentários ao caso, o seu advogado acusa as autoridades de ter agido de forma irracional. “Não lidaram com o caso de forma razoável. Foi tudo muito dramático”, afirmou Anis Boumanjal, que acrescenta que as suspeitas que existem não são credíveis e que por isso o seu cliente nunca deveria ter sido detido.

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