Tempo
|
A+ / A-

Afeganistão

Câmara de Cabul manda trabalhadoras para casa para dar lugar a homens

19 set, 2021 - 21:20 • Hélio Carvalho , com agências

A repressão de direitos das mulheres continua, no mesmo fim-de-semana em que as escolas secundárias abriram apenas para rapazes e professores masculinos.

A+ / A-

As restrições aos direitos das mulheres no Afeganistão continuam, no mesmo dia em que as mulheres políticas afegãs saíram às ruas para protestar pelos seus direitos.

O novo presidente da câmara de Cabul, Hamdullah Nomany, nomeado pelos talibãs, afirmou este domingo que as mulheres que trabalhem no município devem ficar em casa, a não ser que nenhum homem possa preencher a sua vaga.

Os talibãs prometerem durante a tomada de posse do país que iriam respeitar os direitos das mulheres "dentro da lei islâmica", mas têm contrariado completamente essa promessa, proibindo a entrada de raparigas nas escolas secundárias (que reabriram este fim-de-semana) e nas universidades, e restringindo o acesso ao trabalho.

Aliás, este fim-de-semana nem mesmo as professoras puderam voltar às escolas - mas o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, garantiu que as escolas para raparigas seriam abertas.

Segundo a BBC, trabalham na Câmara Municipal de Cabul mil mulheres - um terço dos trabalhadores do município. Mas o novo autarca reafirmou que "para as posições que outros homens possam preencher, dissemos às mulheres para ficar em casa até a situação estar normalizada".

E para tentar tranquilizar as trabalhadores, Nomany prometeu que a ausência seria paga.

O protesto deste domingo pelas mulheres políticas também apontou o dedo à conversão do Ministério dos Assuntos Femininos para o novo Ministério da Prevenção do Vício.

A manifestação foi reprimida pelos talibãs, desta vez sem violência, ao contrário do que tem ocorrido em protestos semelhantes onde mulheres têm sido agredidas pelo regime.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+