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De ministro afegão a estafeta. Como Sayed Sadaat sobreviveu na Alemanha

30 ago, 2021 - 13:50 • Redação, com agências

Antigo governante recomenda que outros políticos tomem a mesma decisão de partilhar espaços de trabalho com o povo e admite que aprender alemão tem sido a maior dificuldade.

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Numa altura em que se discute o acolhimento de refugiados afegãos que chegam resgatados do caótico e perigoso aeroporto de Cabul, a história de Sayed Sadaat ganhou particular interesse pela forma como conseguiu sobreviver depois de sair do Afeganistão

Sadaat foi ministro do Governo das Comunicações, entre 2016 e 2018, tem cidadania britânica, licenciaturas em telecomunicações e informática, e trabalha como estafeta de restaurantes de takeaway em Leipzig, no leste da Alemanha, para onde foi viver no final de 2020.

Em entrevista à agência Reuters, o antigo governante diz não ter vergonha na evolução da sua carreira e é apologista de que todos os políticos deviam tomar decisões semelhantes.

"Espero que outros políticos sigam o mesmo caminho, trabalhar com o povo em vez de se esconderem", afirma.

Apesar do seu passado como governante no Afeganistão, Sayed Sadaat admite dificuldades em encontrar um trabalho com as suas competências, por ainda não saber falar bem alemão.

O ex-ministro tem aulas de alemão quatro horas por dia antes de pegar na bicicleta e começar a fazer entregas para a Lieferando, uma empresa que faz serviços de takeaway.

A história de Sadaat ganhou relevância e notoriedade nas redes sociais, devido à fuga de milhares de pessoas do Afeganistão após a tomada do poder pelos talibãs. Entre todos os refugiados que procuram fugir estão familiares do ex-ministro.

Só na Alemanha, o número de pedidos de asilo subiu 130% no último ano, aponta a Reuters citando as autoridades nacionais alemãs.

Sadaat tem nacionalidade britânica por ter vivido no Reino Unido durante uma grande parte da vida, mas decidiu mudar-se para a Alemanha em 2020 depois do fim da saída dos britânicos da União Europeia.

É em Leipzig que Sayed Sadaat quer continuar, por acreditar que na Alemanha tem melhores oportunidades. Mas primeiro, está em fixar os pés no país. "Os primeiros dias foram entusiasmantes mas difíceis. Quanto mais sais e mais pessoas vês, mais aprendes", disse.

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