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Há divergências entre versões de alegadas vítimas e dos quatro portugueses suspeitos de violação

27 jul, 2021 - 16:01 • Lusa

"As vítimas estão firmes na sua declaração. Estão calmas e sentem-se totalmente protegidas pelo Principado [das Astúrias, governo regional] e também pela sociedade", afirmou uma das advogadas do Centro de Crise para Vítimas de Agressão Sexual.

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A defesa dos portugueses suspeitos de violação em Gijon, norte de Espanha, e a advogada das vítimas apresentam divergências sobre o consentimento para o ato sexual, versões que serão agora julgadas pela justiça.

"As vítimas estão firmes na sua declaração. Estão calmas e sentem-se totalmente protegidas pelo Principado [das Astúrias, governo regional] e também pela sociedade", afirmou ao jornal El Comercio Victoria Carbajal uma das advogadas do Centro de Crise para Vítimas de Agressão Sexual.

Este centro é uma iniciativa pioneira localizada em Oviedo que procura sinalizar casos e dar apoio jurídico às alegadas vítimas.

Victoria Carbajal é uma das advogadas das duas jovens mulheres que afirmam ter sofrido uma violação de grupo, em Gijón.

As duas alegadas vítimas foram ouvidas em tribunal "e fizeram-no com firmeza", reiterou Carbajal, salientando que "se o juiz não tivesse visto provas de um crime, dois dos suspeitos não estariam já na prisão à espera de julgamento".

Versão diferente tem Germán Inclán, advogado de defesa dos jovens portugueses, que já anunciou que vai recorrer da decisão judicial que ordenou a prisão preventiva dois dos quatro suspeitos.

Para tal, a defesa salienta que o relatório médico é taxativo: "Não há ferimentos como as raparigas afirmam" e "as únicas lesões objetivas a que os médicos se referem são, num dos casos, um ligeiro edema nos lábios, que poderia dever-se simplesmente ao facto de se terem beijado toda a noite, como eles próprios admitem terem estado a fazer".

Segundo German Inclán, citado pelo El Comercio, "há também uma ligeira vermelhidão na zona da virilha, que é também compatível com uma prática sexual normal e corrente", salientando que "não há vestígios de bofetadas ou golpes de qualquer tipo".

Ao processo foi junto um vídeo gravado por um dos portugueses, explicou o advogado de defesa, que diz não indicar indício de crime.

"As queixosas são vistas a ter relações sexuais com alguns dos arguidos. Obviamente, sem qualquer violência, intimidação ou coerção. Nada de nada. Eles estão simplesmente a divertir-se", explicou.

Duas jovens mulheres, uma delas de Gijón e uma outra da cidade de Bergara, apresentaram queixa na polícia no sábado, alegando terem sido agredidas sexualmente pelos portugueses nessa madrugada.

Os quatro portugueses foram detidos formalmente após o tribunal de instrução criminal de Gijón ter deliberado no domingo prolongar a detenção enquanto se aguardava a disponibilização de toda a documentação relativa ao caso de abuso sexual, nomeadamente relatórios clínicos e indicação das lesões sofridas.

Os portugueses, todos com menos de 30 anos de idade, defenderam a sua inocência no domingo perante o magistrado, negaram os atos criminosos de que são acusados e asseguraram que as relações sexuais com as duas jovens mulheres foram consentidas.

Segundo o relato das vítimas, no caminho para a pensão juntou-se um outro homem e, ao chegarem à sala, encontraram dois outros portugueses que as obrigaram a manter relações sexuais com todos eles.

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