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Encontradas 29 milhões de doses da vacina da AstraZeneca em Itália

24 mar, 2021 - 17:05 • Hélio Carvalho , com agências

Farmacêutica garante que as doses têm como destino a UE e países mais pobres. Algumas foram produzidas por fábrica belga que ainda não foi aprovada pelas autoridades europeias.

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As autoridades italianas encontraram no fim de semana cerca de 29 milhões de doses da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, num armazém em Anagni, perto de Roma. Segundo o jornal italiano La Stampa, as buscas foram pedidas pela Comissão Europeia e a farmacêutica justificou-se esta quarta-feira, garantindo que as doses tinham como destino países europeus e a iniciativa COVAX.

As doses encontradas na fábrica Catalent são suficientes para vacinar 14,5 milhões de pessoas. O relatório do Governo italiano, apresentado depois da notícia do La Stampa, deixou as autoridades europeias ainda mais suspeitas sobre as práticas da AstraZeneca, que tem recebido muitas críticas por parte da comunidade europeia.

A farmacêutica já avisou que falharia a promessa inicial de entregar 300 milhões de doses até ao final de Junho, corrigindo esse valor para 100 milhões. No entanto, continuou a exportar doses da sua vacina, produzidas dentro do espaço europeu (e especialmente em Itália), para países extracomunitários, prática que já motivou a apreensão de doses.

Esta quarta-feira, a AstraZeneca esclareceu que as 29 milhões de doses iriam ser exportadas para a Bélgica e para países dentro do programa COVAX, que distribuiu vacinas para países mais pobres.

Cerca de 16 milhões de doses da vacina devem ser distribuídas para países europeus até abril.

Vacina produzida por fábrica não aprovada

As doses nos armazém de Anagni são apenas engarrafas e armazenadas nas instalações. A produção das vacinas é feita em duas fábricas, na Bélgica e nos Países Baixos. A produção da vacina na fábrica belga é assegurada pela empresa Halix e, nos Países Baixos, é a Thermo Fischer Scientific que faz a produção.

As duas empresas subcontratadas pela AstraZeneca foram apresentadas no contrato com a União Europeia, assinado em agosto de 2020. No entanto, a Halix não foi aprovada pelas autoridades europeias.

Segundo a agência Reuters, a AstraZeneca não apresentou dados suficientes à Agência Europeia do Medicamento sobre as instalações da Halix para esta aprovar a fábrica. A entidade reguladora do Reino Unido também não aprovou a fábrica.

Como tal, as vacinas produzidas nestas instalações belgas não podem ser usadas na União Europeia, pelo que a AstraZeneca tem exportado as doses produzidas na fábrica da Halix para o Reino Unido. O caminho inverso já não se verifica, apesar do Reino Unido ter duas fábricas que estão listadas como fornecedores no contrato entre AstraZeneca e União Europeia.

Segundo a Halix, a fábrica tem capacidade para produzir cinco milhões de vacinas por mês, e já produz vacinas desde dezembro. No entanto, não revelou quantas doses produziu desde então, nem para onde as exportou.

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  • A discursar ...
    24 mar, 2021 UE 21:14
    Só truques e espertezas. A UE continua a mandar vacinas para fora, nomeadamente para Inglaterra que assim obtém vantagem na saída da Pandemia. Mas o curioso é que o inverso não se verifica, nenhuma vacina de fora vem para a UE. E a Ursula a discursar, a discursar, a discursar ... Em vez de mandar ocupar as fábricas e cativar toda a produção até os contratos com a UE estarem cumpridos. Era uma política medíocre e continua a sê-lo: só lá está porque a Merkel a pôs lá, que competência é pouca ou nenhuma ...

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