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Covid-19

Santos Silva. UE não “distingue vacinas segundo a nacionalidade” dos produtores

22 mar, 2021 - 19:05 • Lusa

Numa referência à vacina russa, Sputnik V, o ministro dos Negócios Estrangeiros português sublinhou que “não são os políticos”, nem “os corpos ou as instâncias políticas de decisão da UE” que decidem se “as vacinas são suficientemente fiáveis, suficientemente eficazes e suficientemente seguras” para serem autorizadas em solo europeu.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou esta segunda-feira que a União Europeia (UE) não “distingue vacinas segundo a nacionalidade das empresas produtoras”, numa referência à vacina russa contra a Covid-19, Sputnik V.

“[Sobre] as vacinas produzidas na Rússia, a nossa posição é muito clara: nós não distinguimos vacinas segundo a nacionalidade das empresas produtoras, nós distinguimos vacinas segundo a sua qualidade e a sua fiabilidade”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Augusto Santos Silva falava com os correspondentes em Bruxelas após o Conselho de Negócios Estrangeiros onde os chefes de diplomacia da UE abordaram a relação do bloco com a Rússia.

Frisando que “não são os políticos”, nem são “os corpos ou as instâncias políticas de decisão da UE” que decidem se “as vacinas são suficientemente fiáveis, suficientemente eficazes e suficientemente seguras” para serem autorizadas em solo europeu, Augusto Santos Silva disse que é “uma instância técnica por critérios puramente técnicos” que o faz, referindo-se à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

“Das três vacinas que são produzidas na Rússia, que foram descobertas e desenvolvidas por laboratórios e empresas russas, uma delas, a Sputnik V, já foi apresentada à EMA para procurar nela obter uma certificação, e esse processo técnico está em curso”, apontou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros respondia assim a uma pergunta sobre se confirmava que, durante uma conversa telefónica que hoje teve lugar entre o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Presidente russo, Vladimir Putin, os dois responsáveis tinham falado sobre a vacina Sputnik V.

Abordando o telefonema em questão, Augusto Santos Silva disse que o presidente do Conselho Europeu expressou em nome dos Estados-membros as “preocupações” da UE com a Rússia.

“Nós estamos interessados em ter uma comunicação política e uma cooperação com a Rússia em áreas que são de interesse comum para os dois blocos, mas usamos também firmeza quanto a comportamentos da Rússia que são hostis e agressivos em relação à UE e a decisões da Rússia em relação à UE que não são aceitáveis”, informou.

A EMA iniciou a 4 de março um processo de “análise contínua” da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, para determinar a sua conformidade com os requisitos da UE em matéria de eficácia, segurança e qualidade.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE discutiram hoje as relações do bloco com a UE de maneira a preparar o “debate estratégico” que os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros irão ter durante a cimeira europeia da próxima quinta e sexta-feira.

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