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Catalunha

Ao sétimo dia, manifestações pela libertação de Pablo Hasél perdem expressão

22 fev, 2021 - 23:29 • Lusa

Em Barcelona, a polícia dá conta de uma marcha que reuniu cerca de 700 pessoas. Manifestações, igualmente pouco expressivas, também saíram às ruas em Girona e Tarragona.

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Barcelona, Girona e Tarragona voltaram a ser, novamente, cenário de manifestações em favor da libertação do 'rapper' espanhol Pablo Hasél na noite desta segunda-feira.

No sétimo dia de protestos, a chuva apareceu em Barcelona, o que obrigou os primeiros grupos de manifestantes que se encontravam junto do Arco do Triunfo a procurar refúgio sob o monumento.

Segundo dados da polícia de Barcelona, a marcha reuniu cerca de 700 pessoas.

Após as habituais atuações de outros 'rappers', os manifestantes começaram a dirigir-se depois em direção à Estação de França e, daí, percorreram parte da cidade a pé até à esquadra da polícia nacional, próximo da Via Laietana, onde permaneceram por algum tempo.

Nesse período, alguns manifestantes começaram a insultar a polícia e a atirar objetos, como garrafas, a vários agentes, o que levou a polícia regional catalã (Mossos d'Esquadra) a alertá-los para o facto de que, se assim continuassem, teriam de intervir.

Em Girona, e segundo a polícia local, cerca de 200 pessoas manifestaram-se para protestar contra a detenção de Hasél, sem se terem registado incidentes.

A concentração inicial começou na praça 1 de outubro, de onde os participantes seguiram para a zona dos tribunais, tendo sido "recebidos" por um cordão policial que protegia o edifício.

Mais tarde, a marcha chegou à delegação da Generalitat de Girona, onde foi lido um manifesto com palavras de ordem em que se indicou que a mobilização vai continuar nos próximos dias em favor de uma "mudança real" e de apoio a Hasél com a frase "'rap' não é crime".

No centro de Tarragona, cerca de uma centena de pessoas reclamou também a liberdade para o cantor, em protestos que decorreram também sem incidentes e que terminou com uma queima de fotografias do rei emérito espanhol, Juan Carlos, e do atual soberano, Felipe VI.

"Vocês, Bourbons, são ladrões. Liberdade para Pablo Hasél" e "Solidariedade é a nossa melhor arma. Juntos vamos derrubar o regime" foram as palavras de ordem nalgumas das faixas trazidas pelos manifestantes.

Nos anteriores seis dias de mobilizações, os Mossos d'Esquadra e a polícia local prenderam 109 pessoas em protestos que, nalguns casos, degeneraram em violência, tendo sido contabilizados mais de 100 feridos, 91 deles polícias catalães.

Uma manifestante perdeu um olho, em consequência de um disparo feito por agente da polícia.

Pablo Hasél, detido na passada terça-feira na Universidade de Lérida, tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois de ter sido condenado a nove meses de prisão por, segundo a acusação, insultar as forças de ordem espanholas, glorificar o terrorismo e injuriar a monarquia.

Os factos pelos quais o 'rapper' foi condenado remontam a 2014 e 2016, quando publicou uma canção no YouTube e dezenas de mensagens no Twitter, acusando as forças de ordem espanholas de tortura e de homicídios.

Na segunda-feira da semana passada, Pablo Hasél barricou-se na Universidade de Lérida, a sua cidade natal, na companhia de um grupo de apoiantes, mas a polícia catalã conduziu-o à prisão na manhã seguinte, para começar a cumprir a pena.

As manifestações em Barcelona começaram ao fim da tarde desse dia, mas a condenação de Hasél a uma pena de prisão provocou uma onda de protestos em Espanha.

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