02 fev, 2021 - 17:21 • Sandra Afonso
O acordo comercial com o Reino Unido, no quadro do Brexit, não vai travar falências e os setores automóvel, têxtil e de tecnologia de ponta serão os mais ameaçados.
Com o aumento das barreiras comerciais, subiram também os custos económicos e os desafios logísticos para as empresas, alerta a empresa de seguros de crédito "Crédito y Caución".
A empresa prevê que o maior risco se concentre no Reino Unido, já que “na União Europeia o impacto será menor”.
A Irlanda é um dos países mais vulneráveis, pela proximidade e fluxo comercial. Já na Bélgica, na Holanda e na Dinamarca, apesar de serem importantes parceiros comerciais, os efeitos devem ser limitados.
Em comunicado, a empresa de seguros de crédito lembra que “desde os primeiros dias de janeiro, o tráfego portuário diminuiu em relação ao ano anterior. A longo prazo, mantêm-se as preocupações logísticas devido às dificuldades de acesso à documentação de trânsito, num contexto de revisão do software por parte da autoridade alfandegária do Reino Unido”. A estes atrasos junta-se agora “a necessidade de envio de um teste Covid negativo por parte dos transportadores”. Neste contexto, há sectores que arriscam ser afectados de forma significativa, como “o automóvel, o têxtil e as tecnologia de ponta”.
A Crédito y Caución admite que o Acordo de Livre Comércio entre o Reino Unido e a União Europeia “representa um marco positivo para o tecido empresarial, em comparação com a alternativa de encerrar o período de transição sem acordo”. Mas apenas está regulamentado o intercâmbio de serviços, “o que representa cerca de 80% da economia britânica e 45% de seu comércio externo”.
Fica ainda um alerta: “O tratamento dos direitos de pesca, onde ambas as partes modificaram as suas posições iniciais, tem gerado grande preocupação junto do setor pesqueiro.”