Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Moçambique

Cabo Delgado continua a ferro e fogo, extremistas decapitam mais de 50 pessoas

11 nov, 2020 - 16:25 • Redação com agências

Face às notícias de um novo massacre em Cabo Delgado, a ONU pediu na terça-feira às autoridades de Moçambique que investiguem os mais recentes incidentes, "incluindo as alegadas decapitações e raptos de mulheres e crianças".

A+ / A-

O conflito armado na província moçambicana de Cabo Delgado continua a piorar, com as autoridades a confirmarem que mais de 50 pessoas foram decapitadas pelo grupo extremista que aterroriza a região desde 2017, e numa altura em que, de acordo com cálculos da Aministia Internacional, mais de 700 mil pessoas precisam de ajuda humanitária.

Segundo informações da polícia moçambicana, citada pela Agência de Informação de Moçambique, na aldeia de Muatide "mais de 50 pessoas" foram sequestradas e depois decapitadas num campo de futebol transformado em campo de execuções. O portal de notícias "Pinnacle News" aponta para centenas de vítimas e noticia ainda "cerca de 40 decapitações" noutras aldeias, incluindo de muitas "crianças com menos de 15 anos".

Há menos de duas semanas, indica a "Al-Jazeera", a região parecia estar a começar a recuperar depois de uma série de ataques em abril perpetrados pelo grupo radical que, no ano passado, jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico.

Face às notícias de um novo massacre em Cabo Delgado, a ONU pediu na terça-feira às autoridades de Moçambique que investiguem os mais recentes incidentes, "incluindo as alegadas decapitações e raptos de mulheres e crianças".

"O secretário-geral [António Guterres] está chocado com as notícias de massacres por grupos armados não-estatais em várias aldeias", indicou o porta-voz do chefe das Nações Unidas, em comunicado.

O Governo moçambicano ainda não reagiu publicamente.

Neste momento, o conflito em Cabo Delgado já provocou pelo menos dois mil mortos, mais de metade deles civis, indica o Armed Conflict Location & Event Data Project, com sede nos EUA.

Há agora mais de 300 mil deslocados internos e 712 mil pessoas a precisar de assistência humanitária urgente, apontou a Amnistia Internacional em outubro no seu último relatório sobre a situação em Moçambique.

Em setembro, a mesma ONG já tinha acusado soldados moçambicanos de cometerem atrocidades em operações de combate ao grupo que se autodenomina Al-Shabab, do qual se sabe muito pouco até agora mas que parece não ter ligações diretas à milícia com o mesmo nome que opera na Somália.

O ministro da Defesa de Moçambique desmentiu imediatamente as informações da Amnistia, dizendo que os elementos do Al-Shabab fazem passar-se muitas vezes por soldados.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+