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Detido o capitão do navio encalhado nas Maurícias

18 ago, 2020 - 13:12 • Redação

Autoridades investigam a possibilidade de ter havido uma festa abordo, e acusam o capitão de não cumprir as regras de segurança marítima. A crise ambiental que decorre do derramamento de óleo ainda não é possível de avaliar na totalidade.

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O capitão do navio que derramou centenas de toneladas de combustível na costa de Maurício foi preso. Sunil Kumar Nandeshwar, um indiano de 58 anos, foi acusado de não seguir as regras de segurança na navegação, avançou a polícia, citada pela BBC.

A embarcação MV Wakashio encalhou num recife de coral, em Pointe d'Esny, a 25 de julho, enquanto carregava 4.000 toneladas de combustível, tendo provocado um desastre ambiental de proporções que ainda não se conseguem calcular.

Pointe d'Esny é um santuário para a vida selvagem rara.

O arguido compareceu ao tribunal distrital da capital Port Louis para ouvir as acusações. Nandeshwar ficará detido numa cela da polícia até retornar ao tribunal em 25 de agosto.

A polícia revelou que tripulantes interrogados durante a investigação revelaram que houve uma festa de aniversário no navio no dia em que encalhou. Outra tese que está a ser investigada é a de que a embarcação navegou perto da costa para captar sinal wi-fi, relata Yasine Mohabuth, da BBC, em Port Louis.

O MV Wakashio de propriedade japonesa já libertou cerca de 1.000 toneladas de óleo combustível no ecossistema marinho rico em biodiversidade.

O navio partiu-se ao meio no fim de semana e a proa do navio está a ser rebocada para longe do recife.

A traseira do petroleiro permanece presa no recife com toneladas do combustível que se acredita estarem a bordo.

Limpeza dificultada pela agitação marítima

As condições marítimas, com as águas muito agitadas, tornaram muito arriscado retirar o combustível do navio, avançaram as autoridades locais.

"Devido às condições meteorológicas adversas, ainda é arriscado remover a pequena quantidade restante de óleo residual que está casa de máquinas", disse o Comité Nacional de Gestão de Crise na noite de segunda-feira, acrescentando que "as operações de bombeamento de óleo devem ser retomadas assim que o tempo permitir".

As Maurícias já anunciaram que vão pedir ao Japão uma compensação pelo acidente, recorrendo ao "proprietário e à seguradora". A empresa japonesa Nagashiki Shipping já se comprometeu a responder aos pedidos de compensação.

Uma equipa de especialistas do Japão está a chegar ao lugar do acidente, esta quarta-feira, para ajudar na limpeza, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão.

No início deste mês, o primeiro-ministro das Maurícias, Pravind Jugnauth, declarou estado de emergência e apelou por ajuda internacional.

Os voluntários resolveram o assunto com as próprias mãos, enchendo sacos com palha para fazer barreiras contra o petróleo - apesar das ordens do governo para deixar a operação para as autoridades.

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