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Greta Thunberg vence Prémio Gulbenkian para a Humanidade

20 jul, 2020 - 11:57 • Maria João Costa

A jovem ativista ambiental sueca foi escolhida entre 136 nomeações de 46 países. O prémio, no valor de 1 milhão de euros, será aplicado pela Fundação Thunberg em projetos de combate à crise climática e ecológica.

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Greta vence prémio da Gulbenkian e doa um milhão de euros para o combate às alterações climáticas
Greta vence prémio da Gulbenkian e doa um milhão de euros para o combate às alterações climáticas

A jovem ativista sueca Greta Thunberg é a vencedora da primeira edição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de um milhão de euros. A ativista ambiental, de 17 anos, que já passou por Lisboa, foi escolhida entre 136 nomeações de 46 países: havia um total de 79 organizações e 57 personalidades candidatas.

Numa reação gravada em vídeo, Greta Thunberg mostra-se “honrada e grata” com o prémio e diz esperar que a possa ajudar a “fazer mais pelo mundo”. Na mensagem a jovem explica que todo o valor do prémio “será doado”.

A Fundação Thunberg vai assim encaminhar a verba para projetos de combate à crise climática e ecológica, nomeadamente em países como o Brasil.

Em comunicado a Gulbenkian explica que “a Fundação Thunberg começará por doar os primeiros 200 mil euros à SOS Amazonia campaign, da Fridays for Future Brazil, que combate a Covid 19 na Amazónia, e à Stop Ecocide Foundation para tornar o ecocídio um crime internacional”.

Numa mensagem áudio dirigida à cerimónia de apresentação do prémio, o presidente do júri e ex-Presidente da República Jorge Sampaio salientou que a adolescente sueca “conseguiu mobilizar as gerações mais novas para a causa do clima” e explicou que houve “um amplo consenso” na sua escolha.

Sampaio sublinha ainda a “luta tenaz”, de Greta Thunberg “por mudar um status quo que teima em persistir” faz dela “uma das figuras mais marcantes da atualidade”.

“Espero que isto tenha um impato e que faça a diferença” destacou Greta Thunberg que tem assim, segundo as palavras de Jorge Sampaio “a enorme responsabilidade de consolidar o seu papel de pedagogia e de liderança no combate contra as alterações climáticas como condição do desenvolvimento sustentável, para o qual a atribuição deste Prémio pretende contribuir”.

Também a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota afirmou que com este prémio, “a Fundação sublinha o seu compromisso para com a urgência da ação climática, contribuindo para uma sociedade mais resiliente e preparada para as alterações globais, protegendo em especial os mais vulneráveis”.

O júri, composto por personalidades de renome internacional nos âmbitos científico, tecnológico, político e cultural, destacou ainda o “lado carismático e inspirador” da jovem sueca e a “força da sua mensagem – singular e incómoda - capaz, por isso, de despertar sentimentos opostos, e a sua capacidade de marcar a diferença no combate às alterações climáticas”.

Nascida em 2003, Greta Thunberg alcançou uma grande projeção internacional ao alertar para a crise que a humanidade enfrenta devido às alterações climáticas gerando um movimento de larga escala a nível global que juntou milhares de jovem em todo o mundo. A jovem foi considerada pela conceituada revista Time Magazine, como uma das cem pessoas mais influentes do mundo, e foi eleita Personalidade do Ano pela mesma Revista em 2019. Também a Revista Forbes incluiu-a na lista das cem mulheres mais poderosas de 2019, e teve duas nomeações consecutivas para o Prémio Nobel da Paz (2019 e 2020).

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade, atribuído anualmente, no valor de 1 milhão de euros, pretende distinguir pessoas e/ou organizações de todo o mundo cujas contribuições para a mitigação e adaptação às alterações climáticas se destacam pela originalidade, inovação e impacto.

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