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Argentina prolonga até fim de agosto negociações com os credores sobre dívida

05 jul, 2020 - 21:40 • Lusa

Em causa a reestruturação de dívida equivalente a 58.698 milhões de euros.

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O Governo argentino vai apresentar uma nova proposta aos credores para conseguir um acordo de reestruturação de 66.000 milhões de dólares de dívida, prolongando as negociações até finais de agosto, anunciou o Presidente argentino.

"A nova oferta vai ser anunciada hoje. Estará em aberto até ao fim do mês de agosto. É um enorme esforço que estamos a fazer", para chegar a um acordo que permita à Argentina cumprir com os credores, disse Alberto Fernandez em declarações à rádio Milenium sobre a reestruturação de dívida equivalente a 58.698 milhões de euros.

"Mas é o esforço máximo que podemos fazer, por isso espero que os credores compreendam e que a sociedade argentina também entenda", afirmou Fernandez.

A Argentina já tinha apresentado uma primeira proposta em abril, mas perante a baixa adesão que teve junto dos detentores de títulos de dívida, insuficiente para chegar a um acordo, foram feitas algumas alterações e prolongado o prazo de negociação até 24 de julho. Agora foi adiado até 28 de agosto.

Dois dos três grupos credores que estão em negociações com a Argentina para a reestruturação lamentaram no fim de junho a "falta de um compromisso sério" da parte de Buenos Aires, "para evitar as consequências de um incumprimento prolongado".

A Argentina já está em incumprimento desde 22 de maio, quando devia fazer um pagamento de juros no valor de 500 milhões de dólares relativos a três emissões de obrigações que fazem parte das conversações.

As negociações envolvem obrigações que datam de 2005 e 2010, produtos de uma reestruturação precedente, e abrangem também títulos emitidos a partir de 2016.

O presidente argentino, que não adiantou detalhes sobre a nova proposta, assegurou que "as conversações estão bem encaminhadas" e disse esperar que "terminem bem".

Mas, a margem de manobra do governo é reduzida, com a economia em recessão desde 2018, uma taxa de pobreza de 35% e uma inflação que atingiu 53% em 2019, sem ter em conta as consequências da pandemia de covid-19.

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