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​Atriz Regina Duarte aceita convite para secretária da Cultura do Brasil

29 jan, 2020 - 23:38 • Lusa

A "Víuva Porcina", da telenovela "Roque Santeiro", vai substituir Roberto Alvim foi demitido por ter citado partes de um discurso do ministro da Propaganda nazi, Joseph Goebbels.

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A atriz Regina Duarte aceitou esta quarta-feira o convite proposto pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para chefiar a Secretaria Especial da Cultura, após a exoneração do antecessor que citou um discurso nazi.

Questionada pelos jornalistas à saída de um encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto, Regina Duarte confirmou o “sim” ao convite do Presidente.

"Sim. Só que agora vão correr os proclamas antes do casamento", respondeu a atriz, numa referência a metáforas de noivado que têm sido usadas por Regina Duarte e por Bolsonaro, para se referirem ao período de testes que a brasileira pretendeu efetuar antes de dar uma resposta ao convite.

O edital de Proclamas é um documento que o cartório emite quando os noivos dão entrada no casamento civil.

A atriz, confessa apoiante de Bolsonaro, desembarcou em Brasília ao início da tarde desta quarta-feira, mas na ocasião não deu detalhes à imprensa local, afirmando que havia um protocolo a ser seguido e que não poderia falar sobre o assunto.

Contudo, ao final da tarde, decidiu confirmar que será a nova secretária da Cultura do país sul-americano.

Já o chefe de Estado declarou, ao final da tarde, que está tudo "encaminhado" com a atriz.

"Está tudo certo, está encaminhado. Ela [Regina Duarte] está a acertar umas questões pessoais", indicou Bolsonaro, citado pelo jornal “O Globo”.

Secretário da Cultura do Brasil faz discurso com citação inspirada em Goebbels
Secretário da Cultura do Brasil faz discurso com citação inspirada em Goebbels

Na rede social Twitter, o ministro do Turismo do Brasil, Marcelo Álvaro António, escreveu que a Cultura do país "terá ainda mais voz" com a presença da atriz no Governo.

"Está quase na hora, Regina Duarte. Faltam detalhes para [a] ter ao nosso lado no Governo do Presidente Jair Bolsonaro. Que os proclamas antes do casamento corram o mais rápido possível. Tenho certeza de que a Cultura terá ainda mais voz e vez com o seu trabalho", indicou o responsável pela pasta do Turismo.

Contudo, para que Regina Duarte integre efetivamente o executivo do Brasil, a sua nomeação ainda terá de ser publicada no Diário Oficial da União.

Regina Duarte foi convidada para o cargo em 17 de janeiro, no mesmo dia em que Roberto Alvim foi demitido da Secretaria da Cultura por ter parafraseado partes de um discurso do ministro da Propaganda nazi, Joseph Goebbels, gerando uma onda de protestos.

A atriz ganhou fama em vários países como protagonista de "Malu Mulher" (1979), uma das séries de maior sucesso no Brasil, e na qual interpretou uma jornalista divorciada que tentava ganhar a vida sozinha, e que na época lidava com questões nunca discutidas na televisão, como sexo, aborto ou drogas.

Regina Duarte participou ainda em novelas de grande sucesso em Portugal como "Roque Santeiro", "História de Amor" e "Páginas da Vida".

Politicamente, a artista apoiou publicamente a eleição dos presidentes Fernando Collor (1990-1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que derrotaram o líder de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, em três eleições consecutivas.

Porém, a sua posição nunca foi tão clara como em 2002, quando Regina Duarte apoiou o então candidato conservador José Serra e, numa propaganda da sua campanha eleitoral, cunhou o 'slogan' "estou com medo", numa referência a uma eventual, e posteriormente confirmada, vitória de Lula da Silva nas presidenciais.

Em 2018, a atriz declarou o seu apoio a Bolsonaro e, durante a campanha, visitou o agora chefe de Estado na sua residência no Rio de Janeiro, enquanto o político recuperava de uma facada que sofreu durante um comício eleitoral.

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