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Vox. Protesto da extrema-direita reúne centenas de pessoas em várias cidades espanholas

12 jan, 2020 - 18:44 • Redação com Lusa

Protestos decorreram sob forte vigilância policial e insultos de grupos antifascistas.

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O protesto nacionalista convocado pelo partido de extrema-direita Vox reuniu este domingo em diversas cidades de Espanha várias centenas de pessoas, manifestações que decorreram sob vigilância policial, mas também sob insultos e vaias de grupos antifascistas. Madrid, Barcelona, Pamplona e Sevilha foram algumas das cidades espanholas em que ocorreram estas manifestações convocadas pelo Vox, sob o lema “Espanha existe”.

O partido de extrema-direita, que se tornou nas últimas eleições em Espanha (novembro de 2019) a terceira força política no país com a eleição de 52 deputados, pretendia que os espanhóis se concentrassem este domingo junto das câmaras municipais para reclamarem “um Governo que respeite a Constituição e a soberania” e para protestarem contra a formação do executivo PSOE (socialistas) – Unidas Podemos (esquerda), em colaboração com a ERC (Esquerda Republicana da Catalunha).

Em Pamplona, no País Basco, uma centena de pessoas concentrou-se em frente à câmara municipal, exibindo bandeiras de Espanha e cartazes com frases contra o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez. Durante a ação, os participantes deram “vivas” a Espanha, à Guarda Civil, à Polícia Nacional e ao Exército, bem como entoaram palavras de ordem em defesa da liberdade e da Constituição, segundo relatou a agência espanhola EFE.

No decorrer da ação nacionalista, um grupo de jovens do coletivo Euskal Herria Antifaxista aproximou-se do local e começou a trocar insultos com os apoiantes do Vox, entre os quais estavam alguns dirigentes locais do partido de extrema-direita. Agentes da unidade anti-motim da Polícia Nacional conseguiram criar uma barreira entre os dois grupos rivais, que ficaram separados a uma distância de poucos metros, mas não conseguiram impedir a troca de insultos e de vaias. “Sem arma, não são nada”, gritaram os apoiantes do Vox, com os jovens do movimento antifascista a responderem: “Sem escolta, não são nada”. Apesar de momentos mais tensos, a concentração acabaria sem incidentes.

Na capital espanhola, Madrid, milhares de pessoas marcaram presença no protesto do Vox, incluindo o líder do partido, Santiago Abascal, que leu o manifesto da força política. Segundo fontes da polícia local, a manifestação reuniu cerca de 3.500 pessoas. “Bando golpista, partido socialista” ou “Se nota, se sente, Espanha está presente” foram algumas das frases de ordem entoadas pelos manifestantes, a maioria munidos com a bandeira nacional. Durante a sua intervenção, Santiago Abascal pediu a detenção do ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e do atual líder do executivo catalão, Quim Torra, medida apoiada pela multidão, que reagiu de forma efusiva. No final, e antes do hino nacional ser entoado, Abascal despediu-se da multidão com “vivas” a Espanha e ao rei Felipe VI.

Já em Barcelona, na Catalunha, a polícia local (os Mossos d’Esquadra) estabeleceu um cordão policial para separar os manifestantes do Vox e do Comité de Defesa da República (CDR, independentista). O protesto convocado pelo Vox juntou cerca de mil pessoas junto da câmara municipal de Barcelona, enquanto a contra-manifestação promovida pelo CDR reuniu cerca de 300. Apesar do cordão policial, os manifestantes lançaram, entre si, ovos e latas e trocaram frases insultuosas.

A EFE relatou que na Andaluzia também alguns milhares de pessoas responderam à convocação do Vox e participaram em manifestações em várias cidades. Uma das concentrações na região da Andaluzia que reuniu mais pessoas, cerca de 3.000, aconteceu em Sevilha.

O cartaz da convocatória deste protesto nacionalista do Vox suscitou polémica, uma vez que mostrava um mapa de toda a Península Ibérica e mostrava Portugal como pertencendo a Espanha.

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  • João Lopes
    12 jan, 2020 19:51
    A extrema esquerda é marxista, comunista, mas é sempre muito "fofinha" e "queridinha". Os maus, os perigosos, são os da extrema direita...porque defende coisas importantes: a propriedade privada, a vida em todas as condições: e por isso são contra o aborto, a eutanásia e outros atentados contra a vida humana como a ideologia de género...

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