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China foi tema no debate dos democratas americanos e Pequim cortou a emissão

20 dez, 2019 - 14:05 • Redação

A imprensa internacional acusa a China de provocar um "blackout" na transmissão do debate entre os candidatos às primárias democratas quando o moderador colocou questões sobre alegadas violações de direitos humanos numa região chinesa.

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Esta quinta-feira, nos Estados Unidos, os candidatos às primárias do Partido Democrata norte-americano encontraram-se em mais um debate televisivo mas, segundo a imprensa internacional, a população de Pequim foi impedida de ver nove minutos do programa, período em que foram feitas questões sobre a China.

Um jornalista da estação televisiva CNN, Will Ripley, denunciou a situação através da rede social Twitter, afirmando que o ecrã ficou preto e sem som depois da moderadora Judy Woodruff questionar Pete Buttigieg se os EUA deveriam boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que irão acontecer em Pequim, depois das alegadas violações de direitos humanos, na região de Xinjang.

Os outros seis candidatos também foram questionados sobre assuntos relacionados com a China, como os protestos em Hong Kong e as tensões militares no mar do Sul da China.

Este não é o primeiro relato de censura nas televisões chinesas, suspeitando-se que todos os programas internacionais transmitidos em direto sejam controlados para que, caso algo seja considerado politicamente sensível pelo Partido Comunista Chinês, possam ser cortados.

A CNN denunciou ainda que várias reportagens efetuadas pelo canal sobre os centros de detenção de Xinjiang e os protestos de Hong Kong têm sido regularmente removidas pela censura chinesa.

O Departamento de Estado dos EUA alega que perto de dois milhões de uighurs, a maioria muçulmanos, foram colocados em centros de detenção na província chinesa de Xinjiang. Ex-detidos deste campo e ativistas afirmam que foram submetidos a condições de abuso ao passarem por processos de "reeducação política".

Documentos do Governo chinês parecem mostrar um programa projetado para transformar membros da minoria muçulmana em "cidadãos patrióticos de língua chinesa".

Pequim nega, veementemente, as acusações de violação de direitos humanos nestes campos, afirmando que são "centros de treinamento vocacional", com foco na desradicalização e na prevenção do terrorismo.

Vários oficiais do Governo chinês têm alegado que todos os "estagiários" dos campos concluíram os "estudos" e regressaram à sociedade, apesar de não terem apresentado provas desta realidade.

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