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Morte de jornalista. Primeiro-ministro de Malta demite-se

02 dez, 2019 - 11:11 • Redação

"Está a ser feita justiça", afirmou o primeiro-ministro maltês durante o seu discurso de demissão.

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O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, apresentou a sua demissão, no domingo à noite, na sequência de uma crise política e legal decorrente da investigação ao homicídio da jornalista Daphne Caruana Galizia.

O chefe de Governo vai manter-se no cargo até que um novo líder de seu partido Trabalhista seja eleito em janeiro de 2020.

"Está a ser feita justiça", afirmou o primeiro-ministro maltês, há sete anos no cargo, durante o seu discurso de demissão. “A justiça é para todos. As investigações não estão completas. Ninguém está acima da justiça”.

"Este caso não pode definir tudo o que nosso país é", disse o primeiro-ministro maltês no seu discurso de demissão.

Ainda nestas declarações, Muscat expressou "profundo pesar" pelo assassinato de Caruana Galizia e falou da necessidade de uma "página nova".

Enquanto o país aguardava o discurso de Muscat, milhares se reuniram nas ruas da capital maltesa, Valletta, segurando velas, agitando a bandeira de Malta e cantando o hino nacional.

Joseph Muscat já tinha confidenciou a pessoas do seu círculo próximo que planeia demitir-se do cargo.

A saída de Muscat encerra o seu mandato de sete anos como líder do menor estado membro da União Europeia.

"Vou escrever ao presidente do Partido Trabalhista para que o processo para eleger um novo líder seja marcado para 12 de janeiro de 2020. Nesse mesmo dia, irei renunciar o meu cargo como líder do Partido Trabalhista. Nos dias seguintes, vou demitir-me como primeiro ministro”.

A família de Caruana Galizia emitiu um comunicado, em que grantem "recorrer a todos os meios legais para garantir que não existe nenhum envolvimento de Muscat na investigação e no processo penal, para além de ser considerado um possível suspeito”.

O ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, Keith Schembri, foi detido na manhã da passada terça-feira e libertado na quinta-feira dessa semana. A par dele, foi também detido Adrian Vela, médico pessoal do empresário e magnata maltês Yorgen Fenech, preso há duas semanas a bordo do seu iate quando tentava fugir do país. Fenech é acusado de ter instigado o assassínio da jornalista de investigação.

Caruana Galizia, que investigava a corrupção nas altas esferas da política e dos negócios em Malta, foi assassinada aos 53 anos com uma bomba colocada na sua viatura, a 16 de outubro de 2017.
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