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COP25

"Estamos num buraco profundo e continuamos a cavar", diz Guterres sobre o clima

01 dez, 2019 - 16:06 • Marta Grosso

Secretário-geral da ONU diz que “ponto de não retorno” nas alterações climáticas “está mais próximo” de todos e apela a mais vontade política da parte dos líderes mundiais.

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“Durante décadas, as espécies humanas têm estado em guerra com o planeta. E agora o planeta está a responder”. Foi assim que o secretário-geral da ONU começou a conferência de imprensa deste domingo, véspera da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP25).

Em Madrid, onde a COP25 começa na segunda-feira, António Guterres enumerou vários efeitos decorrentes do aquecimento global e avisou: “estamos num buraco profundo e continuamos a cavar. Em breve, estaremos demasiado fundo para conseguirmos escapar”.

“As alterações climáticas já não são um problema de longo prazo. Estamos agora confrontados com uma crise climática global. O ponto de não retorno deixou de estar além do horizonte; está à vista e a aproximar-se de nós”, reforçou.

Apesar de tudo, afirmou, “a minha mensagem hoje, aqui, é de esperança e não de desespero”.

“A guerra com a natureza tem de acabar e sabemos que isso é possível. A comunidade científica já nos providenciou o mapa para o conseguirmos”, salientou o secretário-geral das Nações Unidas.

Mas, para tal, “vamos ser muito claros”, é preciso “vontade política”. É isso “que está a faltar”, afirmou Guterres.

“São os políticos que irão colocar um preço no carbono; são os políticos que irão parar com os subsídios aos combustíveis fósseis; são os políticos que irão acabar com a construção de fábricas de carvão a partir de 2020 e são os políticos que irão deixar de cobrar impostos sobre o carbono, para taxar a poluição, em vez das pessoas”, apontou.

Na opinião de António Guterres, é altura de “aproveitar as possibilidades oferecidas pelas energias renováveis e pelas soluções naturais”.

O português espera, assim, que a Conferência do Clima de Madrid se revele numa “clara demonstração de grande ambição e compromisso, juntamente com demonstração de responsabilidade e liderança”.

“Também tenho grande esperança de que a COP25 consiga delinear orientações para a implementação do artigo 6.º do Acordo de Paris”, acrescentou.

Na capital espanhola vão estar meia centena de líderes mundiais. A abertura da cimeira está a cargo do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e de António Guterres.

Ao todo, são esperadas delegações de 196 países, assim como os mais altos representantes da União Europeia e várias instituições internacionais.

Portugal vai representado na COP25 pelo primeiro-ministro, António Costa.

Segundo os cientistas, é necessário limitar a menos de 1,5 graus o aumento da temperatura global até ao fim do século.

Comentários
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  • FIlipe
    01 dez, 2019 évora 18:03
    No entanto só reparam no clima junto da Terra ou a nível do solo . São cerca de 1.500 satélites em órbita ativos , imagine-se o CO2 libertado para os colocar em órbita . São cerca de 15.000 aviões a voarem 24h sobre 24h . São as experiências com foguetes , foguetões e armamento que quase todos os dias noticiam as TV´s . Para não falar dos conflitos armados onde explodem bombas todos os dias . Este CO2 não conta ?

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