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Aeroporto de Hong Kong bloqueado, após noite violenta que fez 31 feridos

01 set, 2019 - 09:39 • Redação com Lusa

Uma das noites mais violentas desde que começaram os protestos, há mais de três meses, fez 31 feridos, cinco em estado grave. O serviço de metro para o aeroporto foi suspenso e os acessos estão a ser bloqueados pelos manifestantes.

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Centenas de manifestantes estão reunidos, este domingo, junto ao aeroporto internacional de Hong Kong, onde estão a formar barricadas e a bloquear os acessos por estrada, avança a agência Reuters.

A empresa gestora do metro de Hong Kong decidiu suspender os serviços para o aeroporto internacional do território, um dos mais movimentados do mundo, devido aos protestos na antiga colónia britânica.

De acordo com a estação RTHK, a operadora MTR anunciou a decisão por volta das 13h30 (06h30 em Lisboa), com base num parecer do Governo e da Autoridade Aeroportuária de Hong Kong, com o objetivo de facilitar o controlo dos acessos ao aeroporto.

Manifestantes pró-democracia tinham já planeado interromper as ligações rodoviárias e ferroviárias para o aeroporto durante a tarde deste domingo.

O bloqueio decorre após uma das noites mais violentas desde que começaram os protestos há mais de três meses, que resultou em 31 feridos, 5 em estado grave, e 40 detidos.

Violência escala em dia de protestos não autorizados

Em Victoria Park, dois polícias foram cercados e atacados por um grupo, obrigando-os a dispararem dois tiros de aviso para o ar, informaram as forças de segurança num comunicado no qual se condena a "escalada de violência" e o uso de "armas letais" por parte dos manifestantes.

Após um protesto pacífico que juntou milhares de pessoas no centro da cidade, alguns manifestantes envolveram-se em confrontos com a polícia junto à sede do Governo, para rumarem depois para Wan Chai, Causeway Bay e North Point, bloqueando ainda várias outras ruas na ilha de Hong Kong, numa das quais atearam fogo a uma barricada que representou "um sério perigo para os moradores", indicou a polícia.

Milhares de pessoas também se manifestaram ilegalmente em vários distritos de Kowloon, cercaram esquadras, bloquearam estradas e vandalizaram edifícios públicos e estações de metro. Numa delas, em Prince Edward, foram realizadas dezenas de detenções, com a polícia a perseguir os manifestantes e a lançar gás pimenta sobre estes, depois de muitos deles terem trocado de roupa para se misturarem com os passageiros.

O que está em causa?

Os protestos em Hong Kong duram há quase três meses e já resultaram em mais de 800 detenções. Algumas, esta semana, incluíram proeminentes ativistas e três deputados do parlamento. A polícia deixou de fazer policiamento a pé pelas ruas para evitar quaisquer emboscadas às forças de segurança. Esta semana, um ativista foi atacado com tacos de basebol por homens com o rosto tapado. Um polícia foi alvo também de um violento ataque com uma faca à saída de um turno, na passada sexta-feira.

Em Hong Kong vive-se um impasse político, depois de os manifestantes terem exigido inicialmente a retirada de uma lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China, para depois somarem outras reivindicações, uma delas o sufrágio universal naquela região administrativa especial chinesa. A chefe do Governo admitiu chamar a si poderes reforçados face à situação de emergência que se vive no território e com a China a estacionar tropas na cidade vizinha, Schenzen.

O movimento pró-democracia definiu cinco reivindicações: a retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe de governo Carrie Lam e sufrágio universal nas eleições para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

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