Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Ciclone Idai. ​Guterres testemunha "terrível nível de destruição e sofrimento" em Moçambique

12 jul, 2019 - 22:21 • Lusa

Secretário-geral das Nações Unidas visitou zonas devastadas pelo ciclone Idai e reforçou o apelo à solidariedade da comunidade internacional.

A+ / A-

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta sexta-feira que testemunhou na cidade moçambicana da Beira um "terrível nível de destruição e de sofrimento", que demonstram que o país está na "linha da frente" dos alvos das mudanças climáticas.

"Em primeiro lugar, [testemunhei] um terrível nível de destruição e de sofrimento, a destruição física, correspondente ao sofrimento humano de que as pessoas da Beira e de Moçambique foram vítimas", afirmou António Guterres, em declarações aos jornalistas, após um encontro com o autarca local, Daviz Simango.

A Beira, capital da província de Sofala, centro de Moçambique, foi devastada pela passagem do ciclone Idai em março e recebeu hoje a visita do secretário-geral da Nações Unidas, que foi ver pessoalmente os estragos causados pela calamidade.

Respondendo a uma pergunta dos jornalistas sobre a impressão com que ficou depois de ter visitado a Beira, António Guterres descreveu o cenário como de "terrível destruição e de sofrimento".

"Mas a coragem, o espírito de resistência que encontrei, a forma como as pessoas estão a reconstruir, a forma como as pessoas foram para outa localização e começaram a plantar [nos campos agrícolas], mostra que há aqui um exemplo extraordinário para todos nós", enfatizou.

A magnitude da devastação, prosseguiu, dá a Moçambique a autoridade moral para exigir ao mundo responsabilidades pelo impacto das mudanças climáticas, até porque o país não é um poluidor.

"Moçambique tem autoridade moral, sempre houve ciclones, o que nunca houve são ciclones tão frequentes, tão devastadores e isso tem a ver com alterações climáticas e Moçambique não contribui muito para as alterações climáticas", destacou.

Há 190 mil pessoas em risco de doença em Moçambique, alerta OMS
Há 190 mil pessoas em risco de doença em Moçambique, alerta OMS

António Guterres citou um estudo que refere que Moçambique será o segundo país que mais sofrerá as consequências das mudanças climáticas, o que o coloca "na linha da frente" dos alvos das calamidades naturais.

"Moçambique está na primeira linha do sofrimento das consequências das alterações climáticas, há mesmo uma análise que diz que Moçambique é o segundo país do mundo que mais sofrerá com o impacto do aquecimento global", frisou Guterres.

O secretário-geral da ONU deslocou-se hoje à Beira, no âmbito da visita de três dias que realiza a Moçambique, para ver de perto os estragos provocados pelo Idai e Kenneth.

O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março, provocando 604 vítimas mortais e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.

Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Sasuke Costa
    13 jul, 2019 11:04
    Os “estudos apontam” em toda a parte, é a base dos discernimentos do presente, estudos que nunca fazem referência em concreto sobre a sua apresentação nem da forma de como foram feitos. Que o estado e a população saibam receber com dignidade o rei americano, para dizer que partilho da sua opinião sobre “os estudos”. Escrevo este comentário só para dizer “olhe que não, olhe que não”, Africa não está na mira das alterações climatéricas! Não vai ser dado nenhum sinal mas mesmo que o fosse pouco adiantaria, acreditariam, as pessoas, se toda a água do mar morto se elevasse no céu e voltasse a cair no mesmo sítio? Este é o mau uso da liberdade que foi dado ao homem, receber bênçãos e atribui-las ao acaso, ao “relógio”. É escandalosa a forma de como Portugal, esta tribo, está a ser poupada nesta vaga, este “saco azul” do criador só a ele diz respeito e eu não passo de um gaiato.

Destaques V+