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​Canadá liberta diretora da Huawei. Trump admite interceder para salvar acordo com a China

12 dez, 2018 - 00:59 • Ricardo Vieira, com agências

Meng Wanzhou, de 46 anos, é acusada pela justiça norte-americana de violar as sanções impostos pela Administração Trump ao Irão.

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A diretora financeira da multinacional chinesa Huawei vai aguardar em liberdade o desenrolar do processo de extradição para os Estados Unidos, decidiu esta terça-feira um tribunal do Canadá.

Meng Wanzhou, de 46 anos, é acusada pela justiça norte-americana de violar as sanções impostos pela Administração Trump ao Irão.

A cidadã chinesa terá que desembolsar uma caução a rondar os 6,5 milhões de euros, deliberou o juiz do tribunal de Vancouver.

Terá que permanecer no Canadá. Fica em liberdade, mas sujeita a vigilância eletrónica sempre que sair de casa.

Quando a decisão foi conhecida, ouviram-se aplausos na sala de audiências e Meng Wanzhou chorou abraçada aos seus advogados.

A diretora financeira da gigante tecnológica Huawey terá que voltar ao tribunal a 6 de fevereiro.

A China ameaçou o Canadá com consequências graves se Meng Wanzhou não fosse libertada imediatamente.

Trump admite interceder em nome do acordo comercial com a China

O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu esta terça-feira intervir junto do Departamento de Justiça dos Estados Unidos no caso da diretora da Huawei. A polémica está a enfurecer as autoridades chinesas e pode até ameaçar as relações comerciais entre as duas potências.

“Eu acho que é bom para o país, acho que vai ser positivo para aquele que será, certamente, o maior acordo comercial de sempre – o que é uma coisa muito importante”, disse Trump numa entrevista à agência Reuters na Sala Oval.

“Certamente que vou intervir se achar que é necessário”, sublinhou o Presidente norte-americano sobre o caso de Meng Wanzhou.

A polémica pode ter implicações financeiras. Analistas admitem que a detenção de Wanzhou a pedido da administração de Donald Trump pode pôr em causa a trégua de 90 dias na guerra comercial entre Washington e Pequim - que foi anunciada pelo Presidente norte-americano e pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira do G20 no sábado, precisamente o dia em que a chinesa foi detida no Canadá.

"É difícil exagerar a importância da sua detenção para Pequim", aponta a Bloomberg. "Meng é filha do fundador da Huawei, uma empresa tida como campeã nacional que vai ao leme dos esforços de Xi para tornar [a China] autossuficiente em tecnologias estratégicas. Apesar de os EUA pedirem, de forma rotineira, a extradição de traficantes de droga e de outros criminosos, prender uma executiva chinesa de renome como esta é raro, embora não inédito."

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