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Assassinato de jornalista. Áudio da morte de Khashoggi horrorizou oficial saudita

13 nov, 2018 - 11:30

Os serviços de informação turcos partilharam as gravações do caso com outros países.

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O Presidente turco revelou que um oficial dos serviços de informação da Arábia Saudita ficou horrorizado ao ouvir a gravação de áudio que provaria o assassínio do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita, em Istambul.

"Quando ouviu (as gravações de voz), o funcionário dos serviços de informação saudita surpreendeu-se e disse: 'Parece que tomou heroína (o assassino), isso só pode ter sido feito por alguém que tomou heroína’", declarou Recep Tayyip Erdogan.

O Presidente turco fez estas declarações aos jornalistas que o acompanharam, na segunda-feira, no voo de volta de Paris, onde participou nas comemorações do centenário do Dia do Armistício da I Guerra Mundial.

Erdogan afirmou que discutiu o caso de Khashoggi durante o jantar na capital francesa com os seus homólogos norte-americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, assim como com a chanceler alemã, Angela Merkel.

"O nosso serviço de informação não escondeu nada. Deixámos ouvir (as gravações) todos que quiseram, incluindo os sauditas, ao Estados Unidos, a França, o Canadá, a Alemanha e o Reino Unido", sublinhou Erdogan.

"Os líderes ouviram as gravações de áudio, mas não responderam imediatamente sobre o que fazer. Tomaram as suas próprias notas e farão as avaliações necessárias", disse.

"Observei o desconforto nos rostos do senhor Trump, do senhor Macron e da senhora Merkel. Nos Estados Unidos, o Congresso solicitou informações à CIA. Eu penso que o ponto de vista mudará quando publicarem as suas conclusões", acrescentou.

Quem deu ordem para matar?

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, disse na segunda-feira que, a 24 de outubro, os serviços de informação turcos compartilharam gravações de áudio do caso Khashoggi com outros países.

Por outro lado, o Presidente turco criticou as autoridades dos serviços de informação sauditas por tentarem adiar a investigação e pediu mais uma vez para esclarecerem quem deu a ordem para assassinar o jornalista.

"Quem deu a ordem (para o assassínio)?”, questionou Erdogan.

O Presidente turco afirmou que os detidos no âmbito deste caso devem dizer de quem partiu a ordem para o homicídio.

“Eu disse ao senhor Trump que não havia necessidade de procurar os assassinos aqui e ali. Os assassinos estão entre os 18 (presos)” na Arábia Saudita, declarou Erdogan.

Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.

O jornalista saudita, que colaborava com o jornal “The Washington Post”, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.

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