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Trump diz que morte de jornalista saudita foi "um dos piores encobrimentos da história"

23 out, 2018 - 23:25

Presidente norte-americano crítica autoridades sauditas pela forma como tentaram esconder a morte do jornalista incomodo para o regime árabe.

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O presidente Donald Trump disse esta terça-feira que as autoridades sauditas realizaram o "pior encobrimento de sempre" do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. Isto enquanto os EUA prometem revogar os vistos de alguns dos supostos responsáveis.

Trump falou algumas horas depois do presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, ter arrasado os esforços sauditas para culpar alguns agentes das secretas da morte de Khashoggi.

Erdogan pediu a Riad que procure "de alto a baixo" para descobrir quem são os responsáveis pela morte de Khashoggi no consulado saudita em Istambul no dia 2 de outubro.

Este foi um incidente que provocou indignação global e estreitou as relações entre Riad e Washington.

Ao ser questionado por um repórter na Sala Oval da Casa Branca sobre como o assassinato de Khashoggi poderia ter acontecido, Trump disse: "Eles tinham uma ideia original muito má. Foi mal feita, e o encobrimento foi um dos piores da história".

Trump disse que ainda que falou com o príncipe Mohammed que rejeitou qualquer envolvimento com a morte do jornalista. "Esta execução nunca devia ter acontecido, nem o encobrimento".

Khashoggi, crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, era colunista do Washington Post e residente nos EUA. Os comentários de Trump nos últimos dias foram desde ameaçar a Arábia Saudita com consequências "muito severas" e mencionar possíveis sanções económicas, a comentários mais conciliatórios destacando o papel do país como aliado dos contra militantes islâmicos e iranianos, bem como o papel de grande comprador de armas aos país.

Esta terça-feira, Trump disse que o caso de Khashoggi foi mal tratado pelas autoridades sauditas. " Alguém realmente estragou tudo. Eles fizeram o pior encobrimento de todos os tempos", disse Trump.

Trump não quis dizer quem foi o responsável maior do assassinato, mas o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos identificaram parte do governo saudita e das autoridades de segurança que acredita estarem envolvidas no assassinato de Khashoggi e garantiu que o país irá tomar as medidas apropriadas, incluindo a revogação de vistos destes elementos nos EUA.

Com o desenrolar da crise nas últimas três semanas, a Arábia Saudita mudou o tom sobre Khashoggi. Riade inicialmente negou o conhecimento do destino ddo jornalista antes de dizer no sábado que foi morto em resultado de uma luta dentro do consulado, numa versão que mereceu o ceticismo de vários governos ocidentais.

A imprensa estatal saudita afirmou no sábado que o rei Salman demitiu cinco oficiais por causa do assassinato cometido por uma equipa de 15 homens, incluindo Saud al-Qahtani, um dos principais assessores do príncipe Mohammed.

De acordo com duas fontes da inteligência, Qahtani comandou o assassinato de Khashoggi dando ordens pelo Skype.

O rei Salman, de 82 anos, entregou o dia-a-dia da Arábia Saudita ao príncipe herdeiro de 33 anos.

Morto e desmembrado

As autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi morto e desmembrado dentro do consulado em Ancara por agentes sauditas.

"A administração saudita deu um passo importante ao admitir o assassinato. De agora em diante, esperamos que eles encontrem todos os responsáveis por este caso e os façam enfrentar as consequências", disse Erdogan num discurso no parlamento. .

"Da pessoa que deu a ordem, à pessoa que a executou, todos devem ser responsabilizados", disse o presidente da Turquia.

Riad já prometeu que iria procurar e deter os responsáveis pelo assassinato e aqueles que fracassaram nos seus deveres, sejam eles quem fossem.

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