12 out, 2018 - 09:06
O jornalista saudita desaparecido há duas semanas terá sido assassinado e desmembrado no interior do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. O governo turco terá gravações áudio e vídeo que o provam.
A notícia é avançada pelo jornal norte-americano "Washinghton Post", onde Jamal Khashoggi era colunista, citando fontes turcas e norte-americanos. De acordo com essas fontes, a Turquia já terá informado os Estados Unidos da existência dos ficheiros.
As gravações mostram que a equipa de segurança saudita deteve Khashoggi no consulado em Istambul a 2 de outubro, quando o jornalista entrou para obter documentos para o seu casamento. Terá, depois, sido morto e desmembrado.
Segundo o jornal, a gravação de áudio, em particular, fornece algumas das evidências de que a equipa de segurança saudita é responsável pela morte de Khashoggi.
“Podemos ouvir a sua voz e as vozes de outros homens a falar em árabe”, diz uma fonte anónima, com conhecimento da gravação, ao jornal norte-americano. “Podemos ouvir como foi interrogado, torturado e depois assassinado”, acrescenta.
Uma outra pessoa, também com conhecimento da gravação, disse ao "Washington Post" que se consegue ouvir os homens a bater em Khashoggi.
A existência destas provas pode explicar porque é que as autoridades turcas acusaram, desde o primeiro momento, a Arábia Saudita da morte do jornalista. Contudo, a Turquia está relutante em divulgar as gravações, pois podem revelar como é que os espiões turcos obtêm informações de entidades estrangeiras.
Ainda não é claro se as autoridades norte-americanas já viram o vídeo e ouviram o áudio na posse dos turcos.
Jamal Khashoggi residia atualmente nos Estados Unidos e era colaborador do jornal “Washington Post”.
O jornalista deslocou-se ao consulado de Istambul para obter uma certidão, a confirmar que estava divorciado, para se poder casar com a sua noiva turca Hatice Cengiz.