03 abr, 2018 - 18:11
Cronologia interativa: O que sabemos sobre o caso Skripal
Os cientistas do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa (LCTD), em Porton Down, no Reino Unido, dizem que não lhes é possível garantir que o agente nervoso que quase matou o ex-espião russo Sergei Skripal veio da Rússia.
Numa entrevista à “Sky News”, o diretor do laboratório estatal, Gary Aitkenhead, diz que o laboratório conseguiu identificar o agente e conclui que só um ator estatal, com grandes recursos tecnológicos e científicos, o poderia ter produzido. Aitkenhead diz que o Governo terá outras fontes que lhe terão permitido chegar à conclusão de que Moscovo esteve por detrás da tentativa de homicídio.
“Nós conseguimos identifica-lo como sendo novichok, e como sendo um agente de nível militar. Não conseguimos identificar a origem precisa, mas fornecemos os dados científicos ao Governo que usam uma série de outras fontes para chegar às conclusões a que chegaram.”
“Não nos cabe a nós dizer onde foi manufaturado”, continua Aitkenhead, que diz, porém, que a substância requer “métodos extremamente sofisticados para produzir, só ao alcance de um ator estatal”.
O diretor do laboratório confirma ainda que não existe qualquer antídoto para o novichok e rejeita qualquer sugestão de que o agente possa ter tido origem no seu laboratório, escusando-se, contudo, a confirmar ou desmentir se o LCTD já produziu o agente. “De forma alguma uma coisa daquelas poderia ter vindo daqui, ou sequer saído das quatro paredes do nosso edifício”.
OPAC reúne na quarta-feira
A Organização para a Proibição das Armas Químicas vai reunir na quarta-feira para discutir a polémica do caso Skripal.
A reunião terá caráter confidencial e realiza-se a pedido do embaixador da Rússia Alexander Shulgin, precisamente para discutir as alegações britânicas, que Moscovo continua a rejeitar liminarmente.
Sergei Skripal e a sua filha Yulia foram envenenados com novichok no dia 4 de março, enquanto estavam num parque em Salisbury, em Inglaterra. Continuam ambos internados em estado crítico mas estável, no caso de Sergei, enquanto Yulia tem apresentado algumas melhorias nos últimos dias, mas está ainda em estado grave.
A tentativa de homicídio levou a uma guerra diplomática entre vários países e a Rússia, com expulsões de centenas de diplomatas de parte a parte.