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Síria. "Não há inocentes", acusa relator das Nações Unidas

07 mar, 2018 - 13:32

Para o presidente da Comissão de Inquérito à situação no país, tanto o regime de Bashar al-Assad como os rebeldes são culpados.

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ONU denuncia violações da lei internacional, incluindo na luta contra o Estado Islâmico
Relator da ONU denuncia violações da lei internacional, incluindo na luta contra o Estado Islâmico

O presidente da Comissão de Inquérito da ONU, o diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, considera que não há inocentes no conflito armado da síria e entende que, independentemente de quem vencer o conflito, os reais derrotados serão sempre as pessoas.

Em entrevista à rádio das Nações Unidas, Paulo Sérgio Pinheiro defende o empenho da comunidade internacional para salvaguardar os direitos dos civis que são vítimas das ações tanto do exército fiel a Basar al-Assad como das milícias rebeldes afetas à al-Qaeda.

"Não há inocentes", defende o presidente da comissão de inquérito. O diplomata brasileiro fala de "responsabilidade conjunta por parte do governo da Síria, dos estados que o apoiam, por parte dos países que durante sete anos lutaram contra Bashar al-Assad e por parte das organizações rebeldes e terroristas".

O relator da ONU para os direitos humanos na Síria diz lamentar "a destruição virtual" de um país que, até à guerra civil, tinha "um dos maiores níveis educação de mulheres e uma rede de atendimento em saúde bastante razoável, não obstante tratar-se de um país autoritário”.

Paulo Sérgio Pinheiro diz que "tudo isso foi por água abaixo por causa da guerra. E o mais grave é que não dá para falar de reconstrução sem, antes, atender aos pedidos de justiça por parte da população síria, sobretudo em relação aos presos e aos desaparecidos".

Estas declarações do presidente da Comissão de Inquérito das Nações Unidas para a Síria surgem no dia em que o Conselho de Segurança reúne de emergência para discutir a situação no país.

O encontro de caráter urgente está marcado para as três da tarde - hora portuguesa - e foi pedido pela França e pelo Reino Unido que denunciam sistemáticas violações do cessar-fogo humanitário em Ghouta Oriental.

O enclave rebelde encontra-se cercado há praticamente três semanas pelo exército sírio.

Pelo menos 800 pessoas morreram desde o início da ofensiva apoiada pela Rússia. Entre as vítimas, contam-se mais de 170 crianças.

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  • António Costa
    07 mar, 2018 Cacém 19:19
    "a destruição virtual" de um país que, até à guerra civil, tinha "um dos maiores níveis educação de mulheres e uma rede de atendimento em saúde bastante razoável, não obstante tratar-se de um país autoritário”. Obrigado, USA e NATO.
  • Ana GONÇALVES
    07 mar, 2018 Lisboa 17:25
    A Síria tem um Presidente eleito com maioria e democraticamente. Tem que defender o país e qualquer observação contra o Presidente éfalsa política. Este iluminado brasileiro que se acautele com o país dele onde a guerra não é menor.
  • Sira
    07 mar, 2018 lisboa 14:37
    Siria é um estado soberano e tem todo o direito de defender o seu território.Se por pura hipótese na Bélgica,Espanha,Italia, França ou Alemanha se formassem grupos armados pró independistas apoiados pela Russia ,China,ETC como atuariam os respetivos países?Cederiam?Ou combateriam?

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