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Independência vence referendo no Curdistão com 93%

27 set, 2017 - 16:21

Aumentam as pressões das potencias regionais para que os curdos abandonem as suas pretensões independentistas, mas Erbil não está a ceder.

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Perto de 93% dos eleitores que participaram no referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano disseram sim à secessão do Iraque.

A vitória do “sim” no referendo de segunda-feira já era esperada mas os números oficiais apenas foram divulgados esta quarta-feira à tarde.

O Governo do Curdistão convocou o referendo para legitimar futuras negociações com Bagdad, mas a reacção do Governo central do Iraque e dos países vizinhos, incluindo a Turquia e o Irão, tem sido de fúria.

Na terça-feira o Presidente da Turquia, Erdogan, ameaçou sujeitar os curdos ao isolamento, à pobreza e à fome, fechando as fronteiras ao comércio e dizendo que não põe de parte a possibilidade de invadir o território caso o Curdistão declare independência. A Turquia era, até recentemente, um importante aliado e parceiro comercial do Curdistão Iraquiano, mas teme os efeitos que a independência possa vir a ter sobre a sua própria população curda, que é a mais numerosa da região.

Entretanto Bagdad já disse que recusa dialogar com Erbil com base no referendo e exige que o resultado seja anulado como pré-condição para qualquer conversação. O Governo iraquiano pondera enviar forças armadas para tentar retomar o controlo de importantes recursos petrolíferos e anunciou que as fronteiras e o aeroporto internacional no Curdistão passam a estar sob seu controlo directo. Uma vez que de facto Bagdad não controla o aeroporto, a autoridade de aviação do Iraque anunciou a suspensão de voos para Erbil a partir desta tarde, levando muitas companhias a cancelar as suas ligações.

Até ao momento os curdos têm resistido todas as pressões, tanto do Iraque como de outros países, no sentido de abandonar as suas pretensões independentistas.

Comentários
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  • CAMINHANTE
    27 set, 2017 LISBOA 17:58
    Depois do conflito conhecido por IIª Grande Guerra, particularmente após a Conferência de Bandung ( 29 países participaram nesta Conferência : 15 da Ásia - Afeganistão, Birmânia, Camboja, Ceilão, República Popular da China, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Laos, Nepal, Paquistão, República Democrática do Vietnã, Vietnã do Sul, e Tailândia ; 8 do Oriente Médio - Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria, e Turquia ; e apenas 6 da África - Costa do Ouro (atual Gana), Etiópia, Egito, Líbia, Libéria e Sudão ) - estabeleceu-se o Direito dos Povos à Auto- Determinação, onde estava implícito o Direito à Independência, matéria que passou a estar incluída na Agenda da ONU. Os ditos "Impérios" coloniais foram desaparecendo, com o culminar da queda do projecto de Portugal Ultramarino ( que até correspondeu ao início de uma série de mudanças fracturantes no equilíbrio duma certa "estabilidade" até então exigente na Comunidade Internacional). Todo o Mundo estava contra Portugal, depois de os "outros" Europeus já terem reconhecido a inevitabilidade das Independências. O povo Curdo e os seus territórios há longo tempo que são colonizados e sofrem a ocupação de forças estrangeiras, nomeadamente Iraque, Síria e Turquia. Vejam quem esteve na Conferência de Bandung e que se proclamou a favor do então "sacrossanto" Direito à Auto - Determinação dos Povos. Quero agora ver o comportamento da Comunidade Internacional e der todas as forças ditas de "Esquerda" perante os Curdos.
  • Rui
    27 set, 2017 Porto 16:59
    As magnificas divisões da segunda guerra mundial tentaram apagar um povo e um país! Vão gerar mais uma guerra e mais um genocídio!

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