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Quatro números para perceber as eleições no Reino Unido

09 jun, 2017 - 18:10 • Rui Barros

Com resultados apurados e uma solução de governo à vista, os números do sufrágio britânico mostram-nos muito mais do que simplesmente o nome escolhido para viver em Downing Street.

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O que precisa de saber sobre o dia seguinte às eleições britânicas
O que precisa de saber sobre o dia seguinte às eleições britânicas

326 LUGARES

Theresa May precisava de 326 lugares, conseguiu 316. Queria reforçar a sua liderança para as negociações com a União Europeia sobre a saída do Reino Unido, mas saiu mais fraca.

Ao apostar as fichas todas numa eleição antecipada para tirar partido dos 20 pontos percentuais que as sondagens lhe davam, Theresa May deixou de beneficiar de uma maioria importante na Câmara dos Comuns – legado de David Cameron – e passou a depender do acordo que firmou com o Partido Unionista Democrático.

Ao perder 12 lugares em Westminster, May falha o seu principal objectivo. Apesar de conseguir formar governo, graças aos unionistas, é a grande derrotada da noite. Não espanta, por isso, que já haja vozes conservadoras a pedir a sua demissão.


66,4% DOS JOVENS VOTARAM. CORBYN AGRADECE

Os níveis de participação eleitoral junto dos jovens é tradicionalmente baixa no Reino Unido. Mas este ano a mobilização dos mais novos pode ter efectivamente ajudado o trabalhista Jeremy Corbyn.

De acordo com a Sky News, a participação dos jovens com menos de 24 anos foi de 66,4%. Um valor que contrasta com os 44% que participaram no sufrágio de 2015.

Se a este dado somarmos o trabalho do "The New York Times" , que mostra um aumento da participação eleitoral nos círculos eleitorais com mais jovens, fica claro que Corbyn fica a dever o primeiro crescimento de assento parlamentar dos trabalhistas desde 1997 aos mais jovens.

Ainda que o apoio fosse expectável – as políticas de Corbyn eram muito voltadas para os jovens – a grande dúvida era se estes se dariam ao trabalho de ir votar. Foram e Corbyn venceu a aposta.


32%. NÃO É IGUALDADE, MAS JÁ É UMA CONQUISTA

Há agora 207 mulheres na Câmara dos Comuns, mais 10 do que aquelas que representavam os britânicos no Parlamento dissolvido aquando da marcação de eleições. As mulheres representam agora 32% do total de deputados em Westminster.

A distribuição de géneros é, no entanto, desigual entre os dois principais principais partidos: se no Labour 45% dos deputados são do sexo feminino, só 21% da bancada conservadora são mulheres.


87,5%. O “IMPÉRIO” DOS GRANDES PARTIDOS CONTRA-ATACA

Labour ou Tories, Trabalhistas ou Conservadores. Nos anos 60, só um em cada 10 votos no Reino Unido é que não ia para um destes dois partidos.

À semelhança do que vinha a acontecer nos outros países europeus, há muito que já era anunciado o fim do bipartidarismo no Reino Unido. Em 2010, todos os “partidos alternativos” somados conseguiam 30% dos votos – um valor histórico no Reino Unido.

E ainda que os analistas olhem para estes resultados como um voto de desconfiança endereçado aos dois partidos principais, os números mostram que, em 2017, os eleitores voltaram a confiar no bipartidarismo: 87,5% dos votos foram divididos entre Tories e Labour. E a perda do único deputado do UKIP na Câmara dos Comuns é sinal disso mesmo.

Comentários
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  • Joao
    10 jun, 2017 Lisboa 08:55
    Obama começou a debandada da Europa virando-se para o PacificoTrump considera que depois da queda da URSS os últimos redutos comunistas grassam na Europa e assim com informação enviesada parece estarmos a reviver o que aconteceu em Portugal em que eleição após eleição os radicais de esquerda perdiam no ato as eleições mas em termos comunicacionais ganhavam sempre.Há quem jogue o jogo democrático mas ideologicamente tem uma visão totalitária a impor no futuro quando a oportunidade surgir ,no entretanto vao fazendo a destabilização da real democracia ocidental através de movimentos subtis e fraturantes .
  • Francisco António
    10 jun, 2017 Lisboa 07:50
    Mais women no Parlamento e claro...mais Men (aventalados) na cozinha ! Ora aqui está o mundo quase perfeito
  • MM
    09 jun, 2017 Porto 21:56
    Uma noticia tipicamente esquerdista em que quem vence é derrotado e quem perde é vencedor. O s 80% de jornalistas de esquerda que dominam a UE e que usam palas.
  • No país da diversão
    09 jun, 2017 Lisboa 20:39
    Caro Couto Machado, este tipo de informação são as chamadas estratégias de manipulação dos media e servem para esconder o que é verdadeiramente importante, Há coisas que acontecem cá que deviam ser bem explicadas às pessoas, mas limitam-se a descrever os factos. Mais de 40 anos depois do 25 de Abril, alguns jornalistas até devem ter medo de ir mais além em algumas notícias.
  • couto machado
    09 jun, 2017 porto 20:07
    até parece o governo de portugal.

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