02 jan, 2017 - 14:56
Cerca de 60 pessoas morreram entre domingo e segunda-feira num motim numa prisão no Brasil, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, na cidade amazónica de Manaus.
A revolta durou mais de 17 horas até os reclusos entregarem as armas e se renderem, depois de terem feito reféns 12 guardas prisionais e 74 prisioneiros, alguns depois executados e outros libertados.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, disse à Globo que teme que se encontrem mais vítimas à medida que as autoridades começam a perceber melhor os contornos do incidente.
O motim começou com uma briga entre dois grupos rivais de traficantes de droga, o Primeiro Comando da Capital (PCC) sediado em São Paulo e um grupos criminoso local conhecido como Família do Norte.
No início da tarde de domingo, de acordo com as autoridades brasileiras, os corpos de seis pessoas foram atirados para fora da prisão, sem as cabeças, dando início a um motim que só terminaria esta segunda-feira.
Dezenas de pessoas foram para a porta da cadeia aguardar informações de parentes presos. A entrada de familiares e jornalistas no local foi entretanto proibida.
Observatórios internacionais têm vindo a criticar fortemente o Brasil pelo seu sistema prisional, onde a sobrelotação é normal e frequentemente estalam motins e revoltas.
Este foi dos motins mais sangrentos dos últimos anos no Brasil. Em 1992, uma revolta na prisão de Carandiru no estado de São Paulo deixou mais de 111 mortos quando polícia agiu para retomar a cadeia.