18 mai, 2016 - 14:00
Dezenas de pessoas terão sido executadas por alegada prática de bruxaria na cidade líbia de Sirte por membros do Estado Islâmico, segundo um relatório da Human Rights Watch (HRW).
O relatório, chamado “A vida sob o ISIS em Sirte”, detalha vários casos e testemunhos de atrocidades cometidas pelo grupo, que ocupou a cidade em Junho de 2015, aproveitando o caos e o vazio de poder no país desde a queda do regime de Khadaffi.
Segundo a HRW pelo menos 49 pessoas foram executadas em público desde Fevereiro do ano passado. O grupo abriu três novas prisões na cidade e tem torturado e assediado pessoas acusadas de não cumprir a sua versão rigorosa da lei islâmica, pilhado casas e negócios, roubado terrenos agrícolas e encerrado lojas que vendiam artigos considerados demasiado ocidentais.
“A vida em Sirte é intolerável. Toda a gente vive com medo. Estão a matar pessoas inocentes. Não há nada nas lojas, os hospitais não têm médicos nem enfermeiros, não há medicamentos. Há espiões em todas as ruas. A maioria das pessoas fugiu, mas nós ficámos encurralados. Não temos dinheiro suficiente para fugir”, lamenta Ahlam, de 30 anos, citado no relatório.
O grupo pede a intervenção da comunidade internacional, referindo que enquanto já estão a ser tomadas medidas na Síria, o Estado Islâmico está a cometer atrocidades de forma impune na Líbia.