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Sudão do Sul. Militares autorizados a "violar mulheres como forma de pagamento"

11 mar, 2016 - 10:52

O alerta é feito pela ONU, considerando que a situação dos direitos humanos naquele país está "entre as mais horríveis" do mundo. País está em guerra civil desde 2013.

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Os militares que combatem pelas forças governamentais do Sudão do Sul foram autorizados a "violar mulheres como forma de pagamento", denunciou a ONU.

"Trata-se de uma situação de direitos humanos entre os mais horríveis no mundo, com uma utilização em massa de violações como instrumento de terror e como arma de guerra", declarou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein.

"A escala e o tipo de violência sexual - que são principalmente feito das forças governamentais (Exército de Libertação do Povo do Sudão) e as milícias afiliadas - são descritos com detalhes terríveis e devastadoras, como a atitude - quase casual, mas calculado - daqueles que massacraram civis e destruíram propriedades e meios de subsistência", acrescentou.

O Sudão do Sul - que obteve a sua independência do Sudão em Julho de 2011, depois de décadas de conflito com Cartum - está em guerra civil desde Dezembro de 2013, quando o Presidente Salva Kiir acusou o seu antigo vice-presidente, Riek Machar, de tramar um golpe de Estado

Mais de 2,3 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas, dezenas de milhares de mortas pela guerra e os dois lados envolvidos no conflito são acusados de atrocidades.

O relatório contém testemunhos sobre civis que eram suspeitos de apoiar a oposição, incluindo as crianças e pessoas com deficiência, que foram assassinados, queimados vivos, sufocados em contentores, mortos a tiro, pendurados nas árvores ou cortados em pedaços.

"Dada a amplitude, profundidade e gravidade das alegações, consistência, repetição e semelhanças observadas no procedimento, o relatório concluiu que há motivos razoáveis para crer que as violações podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse o alto comissário das Nações Unidas.

De acordo com as Nações Unidas, "a maior parte das mortes de civis não parece resultar de operações de combate, mas ataques deliberados contra civis."

"Cada vez que uma zona do país muda de mãos, as pessoas responsáveis matam ou provocam o deslocamento do maior número possível de civis, com base na sua etnia", segundo a organização.

Comentários
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  • cris
    11 mar, 2016 macambique 17:16
    Apopulacao tem diteito a vida e por causa deles que sao lideres kem da voto a voces nae opovo?

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