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Mais de 60 mil migrantes chegaram à Grécia em Janeiro

02 fev, 2016 - 11:01

Durante a travessia mais de 360 pessoas perderam a vida, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

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Só durante o mês de Janeiro, cerca de 62 mil refugiados e migrantes conseguiram alcançar a Grécia, fazendo a travessia do Mar Mediterrâneo. O balanço foi avançado esta terça-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“São muitos, muitos mais do que há um ano”, alertou o porta-voz da organização Joel Millman.

Durante a travessia, com condições meteorológicas adversas e um mar revolto, mais de 360 pessoas perderam a vida.

Mas o número de vítimas cresce todos os dias. De acordo com um boletim das autoridades turcas, foram resgatados das águas os corpos de nove pessoas, incluindo de dois bebés. O barco que as transportava naufragou, esta terça-feira, ao largo da Turquia antes e chegar à Grécia.

Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa no ano passado, naquela que é a pior crise migratória, nesta região, desde a Segunda Guerra Mundial, dos quais 27% são crianças, estima a Europol. Segundo os dados da agência de polícia europeia, mais de dez mil crianças não acompanhadas desapareceram na Europa entre 18 e 24 de Dezembro passado, adiantou que, em 2015.

No total, 1.000.573 chegaram à Europa por mar e 3.735 morreram, tentando cumprir a perigosa travessia, indicou o Alto Comissariado dos Refugiados (ACNUR). A maioria dos migrantes (84%) é proveniente de dez países, com a Síria a liderar - representando a nacionalidade de quase metade (49%) -, seguindo-se o Afeganistão (21% dos migrantes) e do Iraque (8%).

Os outros países de origem são Eritreia, Paquistão, Nigéria, Somália, Sudão, Gâmbia e Mali.

Expulsões e confisco de bens não param migrantes

Multiplicam-se as barreiras à entrada de pessoas no espaço europeu.

O parlamento dinamarquês aprovou uma nova lei de imigração que inclui algumas medidas polémicas, nomeadamente o direito de a polícia passar a revistar todos os requerentes a asilo e de lhes confiscar dinheiro ou bens de valor superior a 1.340 euros.

A legislação prevê algumas excepções, como bens que tenham "elevado valor sentimental", como é o caso das alianças de casamento.

As autoridades alemãs tomaram uma medida semelhante. Segundo o jornal "Bild", os métodos já estão a ser aplicados em dois estados do sul: a Baviera e o Bade-Vurtemberga. As normas aplicadas apoiam-se numa lei nacional que decreta que todos os refugiados e solicitantes de asilo devem, primeiramente, recorrer aos próprios bens e só depois usufruir da ajuda do Estado.

Já na Suíça, de acordo com a imprensa local, os refugiados que entrem no país têm de entregar às autoridades todos os bens de valor superior a 1.000 francos, pouco mais de 900 euros - uma prática corrente há vários anos. Para reaver esse dinheiro ou bens, a pessoa em causa deve abandonar a Suíça no espaço de sete meses, caso contrário, a verba é deduzida nas despesas associadas aos pedidos de asilo e de assistência social.

A Suécia reverteu a política de integração de migrantes e deu ordens para repatriar entre 60 mil e 80 mil das 163 mil que recebeu durante todo o ano passado.

Pouco depois, a Finlândia anunciou que iria deportar quase 20 mil migrantes que não cumprissem os requisitos para ter asilo. A medida deverá abranger 62% de todos os migrantes que entraram o ano passado.

E surgem novos muros

A Áustria anunciou que vai erguer uma cerca ao longo da sua fronteira com a Eslovénia para controlar o fluxo migratório.

Mas este não é o primeiro. As autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia.

Já o governo búlgaro começou a reforçar o controlo da sua fronteira com a Turquia em 2014. Uma das medidas foi a construção de um muro com cerca de 160 quilómetros ao longo da linha fronteiriça.

Mais recente é a vedação de 1,5 quilómetros em Calais, no Norte de França, ao longo da entrada para o Canal da Mancha e que vai dar ao sul de Inglaterra. A estrutura, com pouco menos de quatro metros de altura, é temporária e será aumentada. O Reino Unido está a planear gastar cerca de 31 milhões de euros em novas vedações.

Comentários
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  • José
    02 fev, 2016 açor 12:56
    Concordo João. Se houvesse vontade dos lideres e mais humanização, não deixariam estes povos chegarem ao extremo, como se evitaria muitos dos outros problemas. Mas o grande problema também destas raças está na origem da religião, com grupos sempre a procurarem a guerra, o objetivo é servirem-se da religião para se instalarem no poder, nem que para isso tenham que devastar a sua população e os seus países. Mas enquanto não houver estas forças militares no terreno, em conjuntas de todo o mundo, vai continuar esta desgraça...Tenho muita pena das crianças.
  • Joao
    02 fev, 2016 Aveiro 11:42
    Acabem com isto. Por amor de Deus. Porque é que as pessoas tem de arriscar a vida para atravessar o oceano, pagando a bandidos para os deixar depois à mercê da sorte? Se os emigrantes são escurtinados para ter direito a asilo também deveriam ter o direito de fazer uma viagem sem perigos. O problema é falta de resposta aos pedidos e onde alojar estas pessoas. Se não há lugar então que haja força militar e organizacional suficiente e eficaz para limpar a porcaria que os fez fugir do inferno
  • Maria
    02 fev, 2016 Porto 11:34
    Se muitas crianças "andam pela Turquia", pelos vistos a trabalhar ilegalmente, lá está, os princípios destes países não são os nossos....

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