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Boko Haram raptou 1.500 crianças nos Camarões

04 jun, 2015 - 16:38

O alerta da ONU refere ainda que muitos menores, entre os 8 e os 12 anos, foram usadas como escudos humanos.

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O grupo radical islâmico nigeriano Boko Haram raptou mais de mil crianças nos Camarões e usou algumas como escudos humanos, disse a coordenadora humanitária da ONU para a zona.

"O sistema que utilizam é desumano", disse Najat Rochdi numa entrevista à agência France Presse, em Genebra.

Os Camarões fazem fronteira com o nordeste da Nigéria onde a violenta revolta do Boko Haram causou mais de 15.000 mortos desde 2009. Em Julho do ano passado, os jihadistas começaram a realizar incursões ao país vizinho para arranjar comida, passando rapidamente os ataques a incluir a queima de aldeias e a morte de pessoas e, no final do ano, o rapto de crianças, disse Rochdi.

"A informação que tenho é que cerca de 1.500" foram raptadas desde aquela altura, indicou, adiantando que as crianças são utilizadas sobretudo como criados para ajudar a carregar tendas e ir buscar água.

No auge dos ataques no norte dos Camarões em Fevereiro, o Boko Haram levou crianças para a linha da frente, segundo a responsável da ONU. "Pelo que sei, as crianças foram usadas como escudos humanos tinham entre oito e 12 anos", disse.

Milhares de refugiados
A ofensiva regional contra o Boko Haram, que juntou forças da Nigéria, Níger, Chade e Camarões, conseguiu fazer parar os ataques durante algum tempo, mas Rochdi disse que os jihadistas já voltaram a realizar incursões. "Nos Camarões não sentimos nada que tenha terminado", declarou.

Assinalou que o país já faz um grande esforço para dar resposta às centenas de milhares de refugiados da Nigéria e da República Centro Africana, além dos 100.000 camaroneses deslocados desde que começaram os ataques do Boko Haram.

Najat Rochdi indicou que existem no país 200.000 crianças desnutridas e alertou que a ONU recebeu apenas 31% dos 264 milhões de dólares (234 milhões de euros) que pediu para os Camarões este ano.

A responsável advertiu que sem mais ajuda os Camarões arriscam "tornar-se uma ameaça real para a estabilidade de toda a região".
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