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Legislativas 2019

Costa vai começar a tentar formar nova "geringonça" amanhã: primeiro ouve o Livre, no final o Bloco

08 out, 2019 - 16:03 • Redação com Lusa

Secretário-geral do PS vai deslocar-se à sede dos partidos (o PAN fica, por agora, de fora) e dialogar sobre condições de estabilidade governativa a partir do novo quadro parlamentar saído das eleições legistas de domingo.

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O secretário-geral do PS faz na quarta-feira a primeira série de reuniões com as forças parlamentares de esquerda, começando com o Livre logo de manhã e terminando ao fim da tarde na sede do Bloco de Esquerda.

Tal como o Observador avançou na segunda-feira à noite, além de António Costa, a delegação será constituída pelo presidente do PS, Carlos César, pela secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.

Desta vez, será António Costa a deslocar-se à sede dos partidos com quem vai dialogar sobre condições de estabilidade governativa a partir do novo quadro parlamentar saído das eleições legistas de domingo.

António Costa começa o périplo às 10h00 na sede do Livre, deslocando-se depois à sede do PAN.

Ao início da tarde, pelas 14h00 o líder socialista estará na sede do PEV, seguindo depois para as do PCP, pelas 16h00, e do Bloco de Esquerda às 18h00, onde termina a série de encontros.

Já com os dados que resultarão destes primeiros encontros com as forças parlamentares de esquerda e com o PAN, António Costa terá na quinta-feira uma reunião da Comissão Política Nacional do seu partido para analisar as perspetivas de governabilidade ao longo da próxila legislatura.

Na noite eleitoral de domingo, o secretário-geral do PS disse ser seu objetivo formar um Governo estável de legislatura, repetindo entendimentos políticos com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, e alargando-os agora a forças como o PAN e o Livre.

No entanto, caso uma solução alargada no horizonte de uma legislatura se revele inviável, o líder socialista admitiu governar com acordos pontuais, dizendo que então teria de "trabalhar dia-a-dia" para manter a estabilidade política no país.

Esta ronda inicial de conversações, na quarta-feira, deverá acontecer já com António Costa indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na segunda-feira, o Presidente da República afirmou que "se for possível em termos de tempo" espera ainda hoje, terça-feira, "receber em Belém o primeiro-ministro que vier a resultar em termos de indigitação da audição dos partidos" com representação parlamentar, que serão ouvidos ao longo do dia.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, existe "uma razão de urgência", que é a realização de "um Conselho Europeu muito importante para discutir o `Brexit´", nos dias 17 e 18 deste mês, quinta e sexta-feira da próxima semana.

"Conviria que o primeiro-ministro indigitado ouvisse os partidos numa composição diferente do parlamento, portanto, já deste parlamento acabado de eleger, sobre os temas europeus, antes da tomada de posição no Conselho Europeu", considerou o chefe de Estado.

PCP mantém comitiva de receção a PS de há quatro anos, PEV com a "baixa" de Heloísa

O PCP vai manter a mesma comitiva de há quatro anos na receção de quarta-feira ao PS, liderada pelo secretário-geral, Jerónimo de Sousa, em reunião sobre a futura solução política, depois das eleições legislativas de domingo.

Segundo fonte comunista, além do líder, estarão presentes, pelas 16h00 na sede nacional da rua Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa, os dirigentes Jorge Cordeiro e Francisco Lopes e o líder parlamentar, João Oliveira, tal como em 2015. O membro da comissão política do Comité Central e também do secretariado nacional José Capucho vai igualmente marcar presença no encontro.

Há quatro anos, a 7 de outubro de 2015, a comitiva socialista foi encabeçada pelo atual primeiro-ministro, António Costa, acompanhado do presidente socialista, Carlos César, da sua adjunta, Ana Catarina Mendes, do futuro secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, e de Mário Centeno, que viria a ficar, até agora, com a pasta das Finanças.

Na altura, o secretário-geral do PCP reafirmou ao seu homólogo socialista a disponibilidade para viabilizar um elenco governativo do PS e impedir novo executivo da coligação PSD/CDS-PP. Domingo, na noite eleitoral, Jerónimo de Sousa declarou que nada obsta à indigitação do socialista e primeiro-ministro, António Costa, como chefe de um novo Governo, mas esclareceu que “não haverá repetição da cena do papel”, referindo-se às fotografias da assinatura de acordos bilaterais, entre PS, BE, PCP e PEV, que viabilizaram o executivo minoritário socialista, ou seja, a denominada “geringonça”.

Desta feita, António Costa, com o objetivo de formar executivo estável de legislatura, repetindo entendimentos políticos com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, e alargando-os agora a forças como o PAN e o Livre, vai ser novamente acompanhado por Carlos César e Ana Catarina Mendes, mas sem Centeno nem o agora ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. No seu lugar vai estar o seu sucessor como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.

O PEV vai ter os seus dirigentes Manuela Cunha, José Luís Ferreira e Mariana Silva a receber os socialistas, na ausência da líder parlamentar, Heloísa Apolónia. A deputada ecologista concorreu pelo círculo eleitoral de Leiria e não foi eleita. Há quatro anos, a 9 de outubro de 2015, foi Heloísa Apolónia a receber António Costa e seus acompanhantes, juntamente com José Luís Ferreira, que deverá ser o novo líder parlamentar do PEV, e a membro da comissão executiva nacional Manuela Cunha.

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