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DÚVIDAS PÚBLICAS

​Reprogramação do PRR é "grande oportunidade" para dar mais fundos aos privados

10 jan, 2025 - 07:00 • Sandra Afonso , Arsénio Reis

O presidente da Asociação Cristã de Empresários e Gestores diz à Renascença que o Governo tem oportunidade de emendar a mão com a reprogramação do PRR e canalizar mais verbas para o setor privado. João Pedro Tavares defende ainda uma reforma fiscal que acabe com a atual "manta de retalhos".

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O presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), João Pedro Tavares, admite reservas sobre a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em linha com as preocupação manifestadas pelo Presidente da República na mensagem de Ano Novo.

João Pedro Tavares faz à Renascença um balanço positivo do trabalho do atual executivo, mas diz que a "bazuca" já nasceu com problemas, desde logo, com um desequilíbrio na atribuição das verbas.

Segundo o líder da ACEGE, a reprogramação do PRR, para evitar a perda de financiamento a fundo perdido, caso não sejam cumpridos os prazos de execução, é também uma "grande oportunidade” para corrigir este desequilíbrio.

"Se as empresas são o verdadeiro motor económico da economia, que criam mais postos de trabalho, pagam impostos e contribuem para o desenvolvimento económico e se estou a falar de um Plano de Recuperação e Resiliência, era para as empresas que deveria ir a maior fatia. Mas não, foi para o Estado", critica.

O Governo pode agora reforçar "os projetos e os valores atribuídos às empresas e ao Estado". No entanto, não o deve fazer seguindo uma lógica de "oportunismo": o presidente da ACEGE defende que seja medido o impacto do financiamento.

Nesta entrevista ao programa Dúvidas Públicas, João Pedro Tavares critica ainda a elevada carga fiscal que recai sobre famílias e empresas e, sobretudo, o stress fiscal que implica na gestão diária dos orçamentos.

O representante apoia a reforma fiscal defendida esta semana pelo antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que é também responsável pela última reforma tributária no país, quando era primeiro-ministro.

O presidente da ACEGE considera a atual legislação tributária uma “manta de retalhos”, em que "qualquer coisa que mexe é taxada", o que impede o desenvolvimento económico. Defende que se acabe com este regime de "taxas e taxinhas" e se caminhe para uma reforma com "o envolvimento amplo de todas as forças, não só políticas mas também da sociedade civil".

São excertos da entrevista de economia do programa Dúvidas Públicas, que esta semana conta com o presidente da ACEGE. João Pedro Tavares fala ainda de ética nos negócios e nas empresas, de legislação laboral, de salários e contas públicas, entre outros temas. Um trabalho que pode ler, ouvir ou ver a partir de sábado.

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