15 nov, 2024 - 07:09 • André Rodrigues
A repetição das greves perto do fim de semana está a contribuir para uma banalização desta forma de protesto, defende na Renascença o especialista em Direito do Trabalho Luís Gonçalves da Silva.
Esta sexta-feira volta a ser dia de greve nas escolas. O protesto convocado pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) abrange professores e pessoal não docente. E, uma vez mais, a principal reivindicação são os aumentos salariais.
Há, no entanto, um dado a reter: em dois meses de ano letivo, será a sexta greve de âbito nacional na Educação. E, tal como as quatro anteriores, também esta surge colada a um fim de semana.
A saber: 20 de setembro, uma sexta-feira; 4 de outubro, uma sexta-feira; 25 de outubro, outra sexta-feira; 31 de outubro, uma quinta-feira, antes de um feriado; 4 de novembro, uma segunda-feira, após um fim de semana prolongado. E agora 15 de novembro, outra vez sexta-feira.
João Duque
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“Uma das situações mais relevantes para que a greve realize a pressão sobre o empregador é ter a opinião pública ao seu lado”. No entanto, “a banalização da greve às sextas e às segundas corre o risco de ser interpretada como mais do que uma forma de luta. É um fim de semana prolongado”, assinala Gonçalves da Silva.
Por outro lado, este especialista alude a um ambiente politizado no sindicalismo, “que não é uma originalidade portuguesa”.
Numa altura de reposição de rendimentos dos funcionários públicos, Luís Gonçalves da Silva associa a recorrência das greves em setores como a educação, a saúde e os transportes com o que diz ser “a excessiva dependência dos sindicatos em relação aos partidos”.
“São setores especialmente sensíveis às greves e, em vários casos, estamos perante estratégias complementares de alguns partidos que, tendo perdido alguma força em atos eleitorais, veem na rua um mecanismo para se reforçarem”, conclui.
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