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Nobel da Economia

Nobel da Economia destaca a desigualdade entre países com exemplos "gritantes e muito conhecidos"

14 out, 2024 - 16:17 • Sandra Afonso

À Renascença, o antigo bastonário dos economistas, Rui Leão Martinho explica o trabalho dos economistas a quem foi atribuído o Nobel.

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O Prémio de Ciências Económicas atribuído pelo Instituto Nobel foi para Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson por trabalhos sobre diferença em prosperidade entre nações.

Os premiados são três economistas com estudos nesta área e um livro muito citado, com o título “Porque falham as Nações?”

À Renascença, Rui Leão Martinho, o antigo bastonário dos economistas, explica que o trabalho dos economistas tem "sempre a ver com a questão do desenvolvimento, do crescimento e daquilo que são as diferenças dos rendimentos nacionais dos vários países."

Para o antigo bastonário o trabalho dos economistas traz exemplos "gritantes e muito conhecidos".

"Por exemplo, aqueles países que foram colonizados, alguns desenvolveram-se e têm tido um progresso e uma capacidade de gerar bem-estar e melhoria para o povo, como é o caso do Botsuana, e outros, pelo contrário, nada têm conseguido, apesar de terem riquezas naturais e, efetivamente, isto sucede, como sabemos, em países que até sofrem, por outro lado, uma grande instabilidade em termos políticos. A Serra Leoa ou o Congo são bons exemplos."

Dois deles são “muito famosos sobretudo por um livro que publicaram, há cerca de 12 anos, chamado ‘Porque Falham as Nações?, que é um livro de Daron Acemoglu e de James Robinson”. O terceiro é um investigador do MIT, “que colaborou com eles”, Simon Johnson.

Estes economistas teorizam sobre a razão das diferenças de rendimentos nacionais entre países. “Eles afirmam, e penso que não estará errado, que aqueles países em que há um Estado de direito, em que há instituições que são cada vez mais inclusivas, isso vai fazer com que se progrida no crescimento e na prosperidade desses países”.

Quando os países “não têm essas instituições, não têm um verdadeiro Estado de direito e temos as condições sine qua none para que o desenvolvimento não suceda”, explica Leão Martinho. Nesse caso, “e apesar de terem recursos, população para trabalhar, eles não geram crescimento e continuam a explorar os recursos e a explorar a população”.

O Simon Johnson, também reforça esta ideia dos mais e menos desenvolvidos com o efeito que as novas tecnologias têm no crescimento de cada país. Ou seja, “a digitalização, a automatização e o desenvolvimento dessas novas tecnologias, quando bem aproveitadas, quando bem aplicadas, também contribuem bem para o crescimento dessas nações”.

O que acontece às nações que ficam para trás? “Vão alimentando os surtos de pobreza que se vão conhecendo ao longo destes últimos anos e alimentam a imigração”, refere o ex bastonário dos economistas.

O contributo dos três laureados valeu um Nobel da Economia pela academia sueca. Acemoglu e Johnson são professores no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e Robinson dá aulas na Universidade de Chicago.

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