28 set, 2024 - 10:00 • André Rodrigues
O presidente da Associação Comercial do Porto acredita que “vai mesmo haver Orçamento do Estado” e que as trocas de acusações e de comunicados entre o Governo e o PS “são folclore”.
“No fim do dia, à 25ª hora, vai imperar o bom senso. Nenhuma das partes quer eleições. Nenhuma das partes não quer que não haja Orçamento”, diz Nuno Botelho.
Sem num cenário limite, o PS chumbar o documento, “isso poderia ter consequências muito complicadas para os dois principais partidos, desde logo porque as pessoas estando fartas, iriam penalizá-los... mas eles têm noção disso”.
Noutro plano, Botelho elogia a rapidez com que o Governo se colocou no terreno para responder à calamidade dos incêndios.
“Ainda esta semana ouvimos o autarca de Albergaria-a-Velha, que é do Partido Socialista, a dizer que já está a haver no terreno alguma resposta”, o que, para o empresário e jurista, contrasta com os acontecimentos após a tragédia de Pedrógão Grande, em 2017.
Esta semana, a Comissão Europeia autorizou o adiantamento de 500 milhões de euros em fundos comunitários para que Portugal possa responder aos prejuízos dos fogos.
Questionado sobre um risco potencial de utilização indevida de dinheiros, tal como ficou comprovado com a reabilitação de habitações em Pedrógão Grande, Nuno Botelho reconhece que “risco há sempre, mas estou convencido de que há fatores que nos levam a acreditar que as coisas podem ser diferentes”.
Conselho de Ministros
Conselho de Ministros anunciou o financiamento a 1(...)
“Primeiro, trata-se de um fundo que depende única e exclusivamente do Governo; vai comparticipar a 100% as despesas de quem teve esses prejuízos e, finalmente, contrasta com Pedrógão na coordenação da resposta e na celeridade, porque, na semana imediatamente a seguir, o Governo já estava no terreno”, lembra.
Questionado objetivamente sobre a necessidade de mecanismos que garantam a transparência dos processos, Nuno Botelho acredita que estão reunidas as condições para que tudo corra com toda a normalidade.
Mas ressalva que, por vezes, “para ter a rapidez necessária, pode haver um caso ou outro em que as coisas não sejam corretas”, mas diz que “é preferível que isso aconteça num ou noutro caso – e assumo o que estou a dizer – do que ficarmos todos à espera e todos a ficarem penalizados em função de uma teia de burocracia”.
Por isso, a solução: "um Simplex para esta calamidade”.
Maria Luís comissária europeia. "É bastante importante a questão dos Serviços Financeiros e as funções muito específicas na questão da União Bancária e do Mercado de Capitais. Um Mercado Comum de Capitais na União Europeia pode ser muito importante para robustecer a economia europeia. O facto de Maria Luís Albuquerque ficar com esta pasta é, de facto, a todos os títulos notável. Por outro lado, chamo a atenção para novos pelouros: Defesa, um sinal dos tempos; Habitação e Energia também merecem um destaque muito importante. E, finalmente, há um equilíbrio muito grande entre homens e mulheres. Por isso, temos todas as condições para ter uma nova Comissão Europeia que se imponha".
Nova crise das dívidas públicas. “É assustador ver economias como, por exemplo, a francesa que atingiu os 110% do PIB e um défice acima dos 5%. Se a isso juntarmos a dívida dos Estados Unidos (120% do PIB), do Reino Unido (100% do PIB), da própria China (com uma dívida acima de 70% do PIB), os sinais são preocupantes e podem repercutir-se também em Portugal”.