13 set, 2024 - 15:39 • Susana Madureira Martins
Durante três dias, altos quadros de empresas de negócios dos quatro cantos do mundo participam nas semanas internacionais da AESE para formações intensivas sobre liderança. Trata-se de um “investimento”, diz o diretor do AESE Executive MBA, Rafael Franco, no final da visita de grupo à Renascença.
Durante os cursos de formação os candidatos são sujeitos a diversos casos de estudo e problemas que, eventualmente, podem vir a enfrentar nas empresas que lideram. O objetivo é preparar quadros de topo para o trabalho em equipa e conseguir que isso aconteça com o “mínimo de conflito”.
Qual é o objetivo deste curso da AESE?
Isto insere-se no nosso Executive MBA, que é um programa de dois anos e este programa inclui três semanas internacionais. Uma em Nova Iorque, outra em Tóquio e outra aqui em Lisboa, onde nós convidamos outras escolas para também estarem presentes.
Temos escolas de três continentes. Vêm do Japão, da Polónia, da Áustria, do Uruguai, também há portugueses e juntamos mais de 100 executivos e séniores, já com uma grande experiência, com mais de 15 anos de experiência, de todo o mundo, todos os setores de atividade. E, para além de termos as aulas sobre liderança, também temos visitas às empresas líderes em Portugal, em vários setores. Organizámos seis visitas, onde incluímos a Renascença.
É uma iniciativa que não é recente, que já vem sendo feita há alguns anos.
Sim, o nosso MBA vai para a 25ª edição. Esta Semana Internacional fazemos há cerca de seis anos e são cursos de liderança, sobretudo. Nesta Semana Internacional, nós focamo-nos essencialmente na liderança, excelência na liderança. Focamo-nos muito na forma de liderar e de gerir equipas e gerir o negócio.
Durante quanto tempo é que acontecem estes cursos e estas iniciativas?
Esta Semana Internacional é de quatro dias. Normalmente, as Semanas Internacionais são três, quatro, cinco dias intensivos. Normalmente, das 9H00 até às 18H00 e estudamos cerca de 15 case studies, 15 situações concretas de problemas relacionados com a liderança e com a gestão do negócio, que é a nossa metodologia, o método do caso.
De que problemas é que estamos a falar?
Por exemplo, liderar pessoas com diferentes backgrounds culturais, de diferentes origens, podem ser pessoas de diferentes áreas funcionais, cada um com a sua perspetiva e os seus interesses. Pode ser estimular as pessoas a crescerem, a motivarem-se e a quererem contribuir para a organização. É o trabalho em equipa, que é cada vez mais importante, conseguir que as equipas trabalhem com o mínimo de conflito, ou então, ultrapassando bem os conflitos que, naturalmente, surgem, é tudo à volta disto. Tirar o maior potencial possível das pessoas., que cada uma dê o melhor de si própria.
Já me falou de vários países que estão envolvidos nesta iniciativa. Há sempre muita gente a querer participar nestes cursos?
Tem sido crescente. Portugal, e concretamente a cidade de Lisboa, atrai muito os estrangeiros. Começámos com uma turma de cerca de 30, 40 pessoas, depois passámos para uma turma de 60, depois tivemos que duplicar, fazer duas turmas de 30 e, neste momento, temos duas turmas de 50 e já temos perspetivas para o próximo ano de voltar a abrir mais uma turma.
E as candidaturas também?
Sim, e os estrangeiros gostam imenso, são muito bem recebidos pelos portugueses, pelos colegas, é uma experiência fantástica.
É difícil fazer com que estes estrangeiros se interessem mesmo a tempo inteiro no curso ou, por fazerem turismo, é sempre um problema de trazê-los para as aulas?
Eles também incluem o turismo, mas isso resolve-se bem. Muitas vezes eles vêm 3, 4 dias antes e ficam mais 3 ou 4 dias. O que eu lhes peço como diretor de programa é que aproveitem ao máximo este investimento. Durante o tempo de estudo que estudem e que contribuam com as suas análises dos casos e dos temas. E depois têm tempo para se divertirem à noite, claro, estando às 9H00 na escola. Ao fim de semana, os portugueses são uns bons anfitriões e ajudam-nos a escolher os melhores locais para a diversão e para conhecerem melhor o nosso país e a nossa cultura.
É um diretor muito estrito e com regras e exigências muito duras?
Sou um dos diretores do MBA, mas sim, eu penso que é importante. isto é um investimento enorme e é uma grande oportunidade.
Estamos a falar de um investimento de quanto?
A nossa semana internacional não é muito. A parte académica é cerca de 1.500 euros, depois eles têm a viagem, têm o alojamento. Diria que investem num programa destes cerca de 5.000 euros. Para um investimento destes, de uma semana de formação, penso que é inteligente tirar o máximo e aproveitar ao máximo, é isso que eu aconselho, para que depois tenham um retorno, não é? Que transformem este investimento em 5, 10 vezes mais, se possível. E contribuam para a sociedade, claro, com melhores ideias.