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Economia

BCE quer lucros da banca reinvestidos e não canalizados para acionistas ou novos impostos

02 set, 2024 - 19:24 • Sandra Afonso

A presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu defendeu no Parlamento Europeu mais investimento em cibersegurança, a proteção dos depósitos e a manutenção das regras para os bancos em dificuldade.

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Claudia Buch, presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), explicou esta segunda-feira aos deputados europeus que não consegue calcular o que são resultados excessivos na banca.

Ainda assim, sabe onde devem ser aplicados estes lucros: em áreas como a cibersegurança e a digitalização. O que não deve acontecer, segundo a responsável pela supervisão europeia, é que sejam canalizados para o bolso dos acionistas através de dividendos ou para os Estados centrais, através de novos impostos.

A supervisão aposta na resiliência, uma mensagem sublinhada várias vezes por Claudia Buch, na audição da comissão de Assuntos Económicos e Monetários no Parlamento Europeu.

“A resiliência abarca diversas dimensões: posições de capital e de liquidez robustas, sistemas de informática e tecnologia atualizados e resiliência operacional. Todas exigem financiamento a longo prazo. Os atuais níveis de lucro são relativamente elevados, o que deixa uma boa oportunidade para os bancos investirem no reforço dessa resiliência”, defende.

A responsável pela supervisão defende ainda que as empresas tecnológicas, como as fintech, não são uma ameaça para o setor, porque os bancos estão a integrar estas empresas ou soluções semelhantes. Reforçou ainda o pedido de um sistema europeu de proteção de depósitos e a manutenção das novas normas sobre a intervenção em bancos em dificuldade.

Nesta audição ficam apelos aos políticos, para que resistam “à tentação de relaxar a regulação bancária, já que isso não irá promover a concorrência”. Por outro lado, devem dar luz verde ao sistema europeu de garantia dos depósitos, que deverá facilitar as transferências de depósitos entre países. Falta ainda a negociação final, com novos intervenientes.

Sai ainda desta reunião a recomendação aos bancos, para que reavaliem as estratégias de contratação de fornecedores e as exposições geográficas, dado o acual risco geopolítico. Para os bancos que ainda têm presença física na Rússia, o futuro passa pela redução das operações ou mesmo encerramento.

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