26 ago, 2024 - 19:24 • Alexandre Abrantes Neves
A Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) defende a criação de um fundo sísmico em Portugal para facilitar a reconstrução depois de possíveis novos terramotos.
A proposta já foi apresentada várias vezes ao Parlamento e ao Governo. A APS espera que o sismo da madrugada desta segunda-feira acelere a implementação da medida.
Em declarações à Renascença, o presidente da APS, José Galamba de Oliveira, refere que um sismo semelhante ao de 1755 custaria ao país mais de 10 mil milhões de euros, cerca de 20% do PIB. Este responsável assinala, contudo, que um fundo sísmico – financiado através de prémios adicionais às coberturas antissísmicas – cobriria a maioria dos gastos.
“Nós achamos que, para as habitações, deveria também haver uma obrigatoriedade para a cobertura do risco sísmico e os prémios associados eram depois canalizados para este mecanismo. Esta é uma forma de, desde o primeiro dia, ter capacidade de reconstruir em larga escala zonas afetadas por um sismo: danos até sete ou mil milhões de euros seriam garantidos pelo fundo”, defende.
O presidente da APS assinala que apenas uma em cada cinco habitações portuguesas tem um seguro que cubra danos provocados fenómenos sísmicos.
José Galamba de Oliveira espera, por isso, que o sismo desta segunda-feira seja uma oportunidade para sensibilizar as populações para aumentarem as coberturas antissísmicas.
“Faz todo o sentido que se compre proteção adicional para esse risco. Assim como protegemos um seguro automóvel para um acidente ou um seguro de saúde para uma doença, também faz sentido comprar um seguro com cobertura de risco sísmico. É uma situação que não vai acontecer todos os dias, mas é uma questão de proteção do nosso património”, conclui.