30 abr, 2024 - 14:10 • Sandra Afonso
Entre janeiro e março os lucros do BPI aumentaram 43%, para 121 milhões de euros. A maioria da receita foi registada na operação em Portugal, onde os lucros chegaram aos 112 milhões, mais 52% do que em igual período do ano passado.
Os juros altos continuam a suportar grande parte deste crescimento. No entanto, as atuais taxas de juro não deverão manter-se. O presidente do BPI reafirmou esta terça feira, na apresentação dos resultados trimestrais, que "as taxas de juro vão descer". Em entrevista recente à Renascença, avançou mesmo que devem ficar "abaixo de 3% este ano e nos 2,5% em 2025".
João Pedro Oliveira e Costa diz agora que "o percentual indicado pelo governador do Banco de Portugal de 50 pontos-base faz sentido”, um corte que deverá ter "um impacto positivo no rendimento das famílias pelo alívio das prestações no crédito", será também favorável às "empresas que precisem de financiamento”.
A margem financeira, a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito, cresceu 19% no primeiro trimestre, para 245 milhões de euros, em comparação homóloga.
Ainda assim, o presidente executivo sublinha que "existem três pressões sobre a margem": a subida dos juros pagos nos depósitos com as renovações, mais contratos de crédito e maior concorrência entre bancos.
Destaque ainda para as comissões, que no primeiro trimestre cresceram 1%, para 74 milhões de euros.
No crédito, o BPI registou um crescimento de 3% até março, para mais de 30 mil milhões de euros. Só o crédito concedido às empresas subiu 6%, para 11,6 mil milhões de euros, enquanto o crédito à habitação cresceu 2%, para 14,6 mil milhões. Em contraciclo, os outros créditos a particulares, como o que se destina ao consumo, caiu 7%, para 1,7 mil milhões de euros.
Os depósitos subiram 4%, para 29,7 mil milhões de euros.
Nas despesas, destaque para 6 milhões de euros gastos com a saída de cerca de 35 trabalhadores para a reforma.
João Pedro Oliveira e Costa reafirmou ainda que não está interessado no Novo Banco, depois de já ter dito na Renascença que o BPI não anda às compras.